Bichos meus
domingo, novembro 23, 2008
terça-feira, novembro 18, 2008
Meu Deus, me dê a Coragem - Clarice Lispector
Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços o meu pecado de pensar.
domingo, novembro 16, 2008
Os segredos de longevidade dos felinos
Na quarta idade[por Deborah Giannini]
"Você ainda tem aquele gato?", pergunta, estupefato, um amigo do artista plástico Eduardo Srur, 31, cujo siamês, Tom, completa 20 anos no próximo dia 2.Srur e seu amigo tinham 11 anos quando Tom, o filhote mais arisco da ninhada, foi adotado pela família. Duas décadas depois, Tom continua "inteirão", mas com um ar bem mais sereno, alguns bigodes retorcidos e o olhar cansado.
"Ele nunca teve problema de saúde; só quebrou a perna uma vez e ficou engessado, quando meu irmão caiu em cima dele ao derrapar no tapete enquanto corríamos pela sala", conta. Isso faz mais de dez anos. Com a maturidade -20 anos felinos correspondem a pouco mais de 90 anos humanos-, Tom tornou-se mais tolerante (parou de morder estranhos, segundo o dono), mais "fresco" (só come o que o dono come, leia-se carne de primeira e frango desfiado) e bem mais dorminhoco -das 18 horas que um gato jovem costuma dormir, ele passou para cerca de 22, 23 horas.
Ultrapassar a barreira dos 15 anos não é para qualquer bichano. A expectativa de vida de um gato de rua é de cinco anos; de um doméstico, de dez. Segundo o "Guiness" deste ano, o gato mais velho do mundo se chama Creme Puff, ainda está vivo, mora nos Estados Unidos e tem 36 anos.
"Não é absurdamente raro um gato chegar aos 30 anos. Um bicho castrado e bem tratado consegue alcançar os 20", afirma o biólogo Carlos Alberts, do laboratório de comportamento de felinos da Unesp-Assis. Com uma vantagem em relação aos cachorros: tendem a manter o aspecto jovem. "O cão é como o homem, sua aparência vai degradando com o avanço da idade, vão ficando com os pêlos brancos e envelhecidos; já os gatos não aparentam", diz. O biólogo credita isso aos alongamentos diários dos felinos e a seu hábito da autolimpeza, que contribuiriam para a manutenção da flexibilidade e da percepção por mais tempo.
Cientistas ainda procuram nos genes a explicação por que um homem vive cinco vezes mais que um gato, que vive cinco vezes mais que um rato. Por enquanto, o metabolismo leva a responsabilidade. "Animais menores dispõem de metabolismo mais acelerado. Um rato, por exemplo, tem 200 batidas cardíacas por minuto, enquanto seres humanos têm, em média, 80. No rato, o coração bate mais rápido, o consumo energético é mais acelerado; é como se o corpo se desgastasse a uma velocidade maior. Então é normal uma expectativa de vida pequena de, no máximo, cinco anos", explica o biólogo. O que ajuda animais como jacarés e jabutis a alcançar idades muito avançadas, segundo ele, é o fato de serem pecilotérmicos, ou seja, de "sangue frio". "Nesses bichos, a temperatura do corpo não é constante, muda conforme a temperatura ambiente e assim, o metabolismo é mais baixo por mais tempo, o que o desgasta menos", explica.
Em qualquer animal, sejam tartarugas, gatos ou homens, estudos recentes estabelecem que a duração da vida depende 35% de fatores genéticos e 65% de ambientais. Para Eduardo Srur, o segredo de longevidade de seu gato foi o amor que recebeu em casa, o que faz certo sentido, segundo Luciana Deschamps, veterinária da Clínica Sr. Gato. "Um ambiente favorável para uma vida longa inclui um dia-a-dia sem estresse."
O estado de estresse está diretamente ligado ao sistema imunológico; quando ele aumenta, a resistência física cai, deixando o organismo vulnerável a doenças. No gato, ele pode ser provocado pela relação com outros bichos ou com as pessoas da casa.
A contagem da idade felina tem uma lógica própria. Acredita-se que o primeiro ano de vida do gato corresponda a 16 anos humanos. A partir daí, calcula-se, em média, quatro anos humanos para cada ano felino. Por exemplo: um bichano de dois anos equivale a um humano de 20; três anos corresponderiam a 25. "Provavelmente esse cálculo, criado por amantes de gatos, se baseie na maturidade sexual, que é um ano para gatos e 15, em média, para seres humanos", afirma Alberts. Segundo ele, um animal com idade entre oito e nove anos já é "bem vivido" (cerca de 50 anos humanos).
As doenças mais comuns relacionadas à terceira são as do coração, de insuficiência renal crônica, tumores e problemas de visão e audição. "A castração aumenta a expectativa de vida, pois previne câncer nos órgãos reprodutores e ainda diminui o comportamento sexual, que inclui brigas, no caso dos machos, e grande quantidade de cópulas, no caso das fêmeas, o que aumenta a chance de contrair vírus e bactérias."
Para prever o futuro de um gato, é importante olhar o seu passado. Sua árvore genealógica diz muito sobre sua vida. "A característica da longevidade pode vir de família", afirma a professora-titular aposentada Mitika Hagiwara, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.
Segundo ela, vira-latas tendem a viver mais que gatos de raça. A explicação é simples: a seleção de características como cor e pelagem, que determinam o padrão de uma raça, acaba tornando esses bichos mais suscetíveis a determinados problemas, como a má-formação óssea ou a predisposição a pedras nos rins; já em relação aos SRD (sem raça definida), ocorre o contrário: a seleção é feita ao acaso e a possibilidade de um problema genético é menor, pois um gato com "defeito" não teria conseguido sobreviver. Quem manda é a velha seleção natural.
Conexão Violenta - Marcos Rolin, jornalista
"No sábado da semana passada, cometi meu primeiro assassinato. A vítima foi minha querida cachorra Sparkle. Nunca vou esquecer o uivo que ela deu. Pereceu algo quase humano. Então nós rimos e batemos mais nela". Esta frase foi extraída do diário de Luke Woodham, 16 anos, acusado pela morte da mãe e por ter matado a tiros dois colegas no Mississippi. Brenda Spencer, outra colegial, costumava se divertir ateando fogo na cauda de cães e gatos e ninguém deu muita importância a isto até que ela matou duas crianças nos EUA.O "serial killer" Jeffrey Dahmer costumava empalar sapos quando criança e "o estrangulador de Boston", Albert de Salvo, responsável pelo assassinato de 13 mulheres, era um especialista em armadilhas para animais. Esses exemplos ilustram uma macabra conexão entre a crueldade oferecida aos animais e a violência contra as pessoas e autorizam especialistas como Allen Brantley, do FBI, a afirmar que maltratar um animal nunca é, apenas, um fato lamentável, mas sim um sério alerta de perigo.Inúmeras pesquisas têm comprovado este vínculo de violência ("abuse connection") e não só em casos patológicos. Em New Jersey, por exemplo, 88% das famílias tratadas por conta de abusos contra crianças tinham histórico de agressão aos animais. Pesquisa com mulheres espancadas em Utah, demonstrou que 71% das que tinham animais de estimação relataram que seus agressores também os haviam maltratado. (Estes e outros dados em www.pet-abuse.com e nas dezenas de links sugeridos pela página).Quando discutimos a educação das crianças, devemos dar atenção a este tema e incentivar todas as formas de cuidado para com os animais. Os efeitos benéficos serão sentidos não só pelos animais - o que já seria razão suficiente - mas também pela criança que estrutura seus valores morais.
Essa possibilidade já havia sido percebida por muitos pensadores desde os gregos antigos, até Shopenhauer, Nietzsche e Kant e valorizado por tradições religiosas como o budismo.Ocorre que nossa época parece ter incorporado uma insensibilidade radical diante do destino das outras formas de vida. (o que também estimulará o tratamento dos seres humanos como objetos descartáveis)Assim, as experiências com bichos continuam sendo feitas, a maior parte delas para testar cosméticos envolvendo, por exemplo, pingar substâncias químicas nos olhos de coelhos e medir a extensão dos danos. Assim, convive-se com a estupidez de um mercado de produtos feitos com a pele ou o couro de animais selvagens; com a "caça esportiva" - um estranho esporte, assinale-se, onde uma das partes deve morrer para a diversão da outra; com as exibições de animais em circos, etc. Nada disso se compara, entretanto, com o tratamento oferecido às aves, bovinos ou suínos nas chamadas "fazendas industriais" de forma que se todos soubessem a história da carne que comem, penso que muitos perderiam o apetite. (os interessados podem acessar, por exemplo, www.peta.org , onde há vídeos sobre as fazendas industriais) Por estas e por outras, o que havia de carnívoro em mim, bate em retirada um tanto quanto envergonhadamente. Pelo motivo de Jeremy Benthan para quem, frente aos animais, a verdadeira questão não era a de saber se eles seriam capazes de raciocinar, mas sim se eles seriam capazes de sofrer. Se lembrarmos disto, muita coisa em nossa vida irá mudar, a começar por nossas refeições.
quinta-feira, novembro 13, 2008
Reflexão Sobre a Percepção de Valor Intrínseco
segunda-feira, novembro 10, 2008
Lembrem-se
que transformarão um filhote desconhecido no melhor parceiro do mundo.
O plástico vai furar
AZIZ FILHO
As sacolas de plástico se tornaram as grandes vilãs dos malefícios causados ao meio ambiente. O plástico dessas sacolas, composto de resinas sintéticas extraídas do petróleo, leva de um a três séculos para se desmanchar completamente – e durante essa eternidade de tempo ficam poluindo. O estrago é grande. Estima-se que os brasileiros joguem fora, mensalmente, um bilhão de sacolinhas distribuídas pelo comércio, principalmente os supermercados – cada consumidor descarta mensalmente 66 unidades. Na Europa, a conscientização tem levado as pessoas a irem às compras com suas próprias sacolas, de papelão ou tecido, e a boicotarem estabelecimentos que distribuam as tais vilãs. Os europeus fixaram 2010 como o ano limite para o seu uso e Alemanha e Irlanda estabeleceram multas para quem aceitá-las. Na Califórnia, nos EUA, as autoridades proibiram os supermercados de utilizarem sacolas que não sejam recicláveis, geralmente feitas de material proveniente do milho ou papel. Finalmente, também no Brasil já se vêem comerciantes e consumidores tomarem a iniciativa de substituição da velha sacolinha, politicamente incorreta, e as autoridades começam a buscar soluções para que ela vá saindo do nosso dia-a-dia. A atitude mais visível, que não tem surtido o efeito desejado em tempos de combate ao efeito estufa, é o estímulo ao uso de sacolas biodegradáveis e à coleta seletiva – tudo isso limitado pela ainda não sólida consciência ambiental dos brasileiros, de modo geral, e pela falta de estrutura das gestões municipais. A solução dos plásticos biodegradáveis é, no entanto, polêmica, sobretudo pelos seus efeitos colaterais: há uma demora de dez a 12 meses para eles se biodegradarem, emitindo CO2 na decomposição – ou seja, causam mais efeito estufa, principalmente quando se acumulam em lixões não próximos a florestas.
Foi isso que levou o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a vetar o projeto que exigia dos supermercados a adoção de sacolas de plástico biodegradável. Também o governador paulista, José Serra, derrubou projeto semelhante – cerca de 66 milhões de sacolas plásticas são consumidas mensalmente no Estado de São Paulo. No Rio de Janeiro começa-se a testar uma nova fórmula. Com o apoio de redes de supermercados, da Federação das Indústrias e de entidades ambientalistas, o governo estadual formulou um projeto de lei na tentativa de remontar o ciclo econômico das sacolas. A idéia não é proibir o seu fornecimento, mas obrigar os supermercados que quiserem continuar distribuindo essas embalagens, convencional ou biodegradável, a comprá-las de volta. Terão a alternativa de pagá-las em alimento (um quilo de feijão ou de arroz por 50 sacolas usadas), vale-compra ou dinheiro (três centavos a unidade). A regra só vale para supermercados maiores, com mais de mil metros quadrados de área. Se não concordar em readquirir a sacola de plástico, o estabelecimento comercial não poderá usá-la como embalagem de seus produtos e terá de fornecer ou vender para os clientes as bolsas de tecido ou papelão.
Vem de Santa Catarina, mais pontualmente da cidade de Florianópolis, uma iniciativa nesse sentido. Foi tomada pelas empresárias Linda Cover e Helena Chagas, donas da tradicional padaria Pão da Casa. Elas lançaram a sacola retornável. Feitas na loja – dadas ao cliente, são produzidas em material ecologicamente correto. “Estamos fazendo a nossa parte em benefício ao meio ambiente”, diz Linda. Mas são os supermercados, e não as padarias, os maiores distribuidores de sacos plásticos. É por isso que a iniciativa do Rio de Janeiro mira esse comércio. As embalagens que os supermercados terão de comprar serão vendidas às próprias fábricas de plástico, fechando o ciclo produtivo – é um processo semelhante ao por que passam as latinhas de cerveja e de refrigerante.
Por que os temporais caem à tarde
É o acúmulo de calor, gerado pela temperatura de nosso próprio corpo e pelo abafamento das cidades, que marca dia e hora para chover
PREVISÃO À tarde o calor gera nuvens carregadas |
As chuvas se concentram geralmente no início da semana, entre segunda e terça-feira, e chove muito forte nos finais de tarde. Motivo: nesse mar de concreto e asfalto em que vivem milhões de pessoas, a temperatura aumenta progressivamente à medida que o dia avança e pessoas e automóveis invadem as ruas – por isso chove menos nos finais de semana. “A temperatura atinge um pico no início da tarde, levando as nuvens a ficarem carregadas”, diz Alves Filho. “Depois de algumas horas, no meio da tarde, essas nuvens despejam toda a água sobre metrópoles. É um fenômeno intrigante, começamos a observá-lo na década de 80 e fomos até o início de 1990. Notamos que, das 17 tempestades desse período, 35% ocorreram na segunda-feira, 20% na terça e 20% na quarta-feira”, diz Helena. O estudo aponta que naquele período não houve temporais nos finais de semana. Ao comparar dados de radares meteorológicos, índices pluviométricos e níveis de poluição, os cientistas concluíram que só é possível explicar o que se passa em grandes cidades se levarmos em consideração a influência de seus habitantes – a começar pela temperatura do próprio corpo humano.
Estudo comprova que 35% das tempestades desabam na segunda-feira à tarde
São Paulo é um bom exemplo que vale para outras cidades em que haja grandes pontos de aglomeração. Um dos principais e mais populares corredores comerciais paulistanos é a rua 25 de Março, com prestígio em outros Estados brasileiros e países vizinhos devido ao baixo preço das mercadorias. Pois bem, quem for à 25 de Março fazer compras à tarde, é bom levar guarda- chuva. Cerca de 400 mil pessoas a pisam nesse período, aumentando em 2 graus a temperatura da região – e temperatura mais elevada faz chover. Como torós são democráticos, também ao redor de grandes shoppings ocorre situação idêntica. Além disso, novamente tendo São Paulo como exemplo, no último século o seu crescimento se multiplicou 40 vezes e, num processo de ocupação urbana não planejada, a cidade avançou sobre a vegetação natural. Essa substituição do verde por asfalto e concreto criou áreas de estufa que ao longo do dia armazenam o calor do Sol. “A cidade não cria as tempestades, mas as favorece”, diz o geógrafo Tarik Azevedo, da USP.
domingo, novembro 09, 2008
Dalai Lama, 1935
Matar animais por esporte, prazer, aventura e por suas peles, é um fenômeno que é ao mesmo tempo cruel e repugnante. Não há justificativa na satisfação de uma brutalidade dessas. -
sábado, novembro 08, 2008
Luis Fernando Veríssimo e sua cruzada contra as drogas
segunda-feira, novembro 03, 2008
Há Momentos - Clarice Lispector
Sonhe com aquilo que você quiser. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre. |
sábado, novembro 01, 2008
Ode ao Gato
Pablo Neruda