Bichos meus

quinta-feira, abril 30, 2009

Lanterna de Diógenes

Liberdade é o que internet nos dá. Mas ao terminar um texto recente sobre as maravilhas da Web, escrevi: "...é bom você aproveitar. Isso não
deve durar muito mais tempo." E várias pessoas perguntaram o que eu quis dizer.

Quando eu era garoto, meu pai me deu uma lanterna. Fascinado, eu andava com ela de noite ou de dia, firme no volante. Meu pai então começou
a me chamar de Diógenes, referindo-se a Diógenes de Sínope, um filósofo grego que viveu em torno de 350 antes de Cristo em Sinop, onde hoje
é a Turquia. Dizem que Diógenes vagava pelas ruas com uma lanterna procurando "a verdade" ou "um homem honesto". Diógenes era completamente
desligado de bens materiais, vivendo como mendigo dentro de um barril. Dizia que assim era livre. Outro filósofo, Epicteto, escreveu sobre ele:

"Se quiseres que eu te mostre um varão verdadeiramente livre, apresentar-te-ei Diógenes. E de que modo chegou ele a ser livre? Destruindo em
si tudo quanto o pudesse tornar presa da escravidão; desligado de tudo, completamente isolado, nada possuía. Dava tudo o que lhe pedissem,
mas estava fortemente unido aos deuses e a ninguém era inferior em obediência, respeito e submissão para com a tal soberania. Estava aí a
sua liberdade.".

Diógenes era um anarquista. Quando Alexandre o Grande perguntou o que poderia fazer por ele, ouviu como resposta:

- Sai da frente que você está tapando o sol...

Com sua liberdade, Diógenes incomodava. Afinal, a vida em sociedade apóia-se na supressão das liberdades. Em nome do bem comum, leis e
regras nos obrigam a renunciar a nossos desejos. Caso contrário seria o caos, não é?
Mas hoje em dia Diógenes não seria respeitado. Seria um pária, insuportável.

Muito bem. Com o desenvolvimento da sociedade tornamo-nos cada vez mais dependentes de pessoas e sistemas. Dependemos para comer, para
morar, para brincar, para amar, para pensar. Ainda pagaremos um imposto para respirar, pode ter certeza.
E no auge dessa loucura surge algo independente: a internet. Uma rede de pessoas, a maior fonte de conhecimento da história da humanidade.
Nela podemos navegar para onde quisermos. Podemos escrever nossa opinião e ler a opinião dos outros. Por ser livre, a internet é nossa
lanterna de Diógenes: através dela podemos encontrar a verdade.
Mas, como aconteceu com Diógenes, a liberdade da internet incomoda. É perigosa. Enche a cabeça das pessoas de idéias... É preciso, portanto,
criar regras. Primeiro as econômicas: para acessar isto ou aquilo, você tem que pagar. Depois as jurídicas: se fizer isto ou aquilo, você
pode incorrer em alguma contravenção. E por fim as regras policiais: estamos te vigiando. Sabemos onde você esteve, o que você fez e o que
você pensa...

Você sabia que neste exato momento está sendo discutido um projeto de lei que quer colocar "ordem" na internet? A justificativa é excelente:
assim poderemos coibir os criminosos. Mas... O projeto de lei 84/99 (Lei Azeredo), que começou apoiado em regras jurídicas, agora incorpora
regras policiais, introduzidas pelo Ministério da Justiça. Além de todos os dados de tráfego, como horários de entrada e saída do
internauta, os provedores serão obrigados a registrar o nome completo, filiação e número de registro de pessoa física ou jurídica.

Vão saber tudo que você fez.

Daí para controlar o que será publicado e lido, é um nada.

Foi por isso que eu disse "...é bom você aproveitar. Isso não deve durar muito mais tempo.". Aquele "isso" quer dizer li-ber-da-de.

Fica esperto, meu. Tem gente querendo apagar a lanterna.


Luciano Pires 30.04.2009

domingo, abril 26, 2009

Bo, o primeiro cão

Declaração de Barak Obama durante a apresentação oficial de "Bo", novo morador da Casa Branca:


"Finalmente tenho um amigo".

Adepto de referências a seus antecessores, Obama aludia a uma frase célebre atribuída ao democrata
Harry Truman, presidente entre 1945 e 1953:

"Quer um amigo em Washington? Arrume um cachorro.

Bo já divide o público americano. Não é a tradicional divisão entre democratas e republicanos. Os criadores de cães de raça apoiaram o presidente pela escolha de um animal ideal para conviver com quem tem alergia, como sua filha mais velha. Mas os defensores dos animais acusaram Obama de quebrar a promessa de adotar um cão abandonado. Para eles, o presidente perdeu a oportunidade de dar o exemplo à população sobre a importância de adotar um animal.

Para aplacar as críticas, a família Obama decidiu fazer uma doação à Humane Society,
maior grupo americano de defesa dos animais.
BO, é o nome de um gato das primas das filhas de Obama e uma referência ao pai de Michelle, mãe das meninas, e apelidado de Diddley em alusão a um grande guitarrista de rock negro chamado Bo Diddley.

abril 2009




11 regras para ser Bill Gates

Bill Gates foi convidado por uma escola secundária para uma palestra. Chegou de helicóptero, tirou o papel do bolso onde havia escrito onze itens. Leu tudo em menos de 5 minutos, foi aplaudido por mais de 10 minutos sem parar, agradeceu e foi embora em seu helicóptero.

Mas deixou os conselhos mais úteis que os kidadults de hoje poderiam receber.

Regra 1
A vida não é fácil: - acostume-se com isso.

Regra 2
O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com você mesmo.

Regra 3
Você não ganhará R$ 20.000 por mês assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

Regra 4
Se você acha seu professor rude, espere até ter um Chefe. Ele não terá pena de você.

Regra 5
Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade.

Regra 6
Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente seus erros, aprenda com eles.

Regra 7
Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são "ridículos". Então antes de salvar o planeta para a próxima geração querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.

Regra 8
Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real. Se pisar na bola, está despedido... RUA !!!!! Faça certo da primeira vez!

Regra 9
A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

Regra 10
Televisão NÃO é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a noite e ir trabalhar.

Regra 11
Seja legal com os CDFs (aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas). Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar PARA um deles.





quarta-feira, abril 22, 2009

Matança de cães no Campus do Vale da UFRGS

Leia mais....

Jornal Zero Hora (edição online)
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a2470497.xml



Jornal Zero Hora (edição impressa)
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2471418.xml&template=3898.dwt&edition=12077&section=1003

Cães são envenenados no Campus do Vaçle da UFRGS

A violência com os animais fez mais vítimas no final de semana. Entre a noite de sexta-feira, 03/04/09, e a manhã de domingo, 05/04/09, sete (07) cães foram envenenados no Campus do Vale da UFRGS, em Porto Alegre/RS. Os corpos dos animais foram encaminhados à necropsia e foi feito boletim de ocorrência na polícia civil, bem como notificação à polícia federal. Em outubro de 2008 outros três cães também foram envenenados nesta área. Todos eles viviam no setor 4 do campus e eram cuidados por pessoas da comunidade universitária que realizam trabalho voluntário com os animais abandonados no local. Como a área do Campus do Vale é totalmente aberta não há como impedir a entrada de pessoas que para lá se dirigem com a finalidade de abandonar animais domésticos.O trabalho dos voluntários faz parte de um projeto de extensão devidamente cadastrado na universidade e as custas do próprio grupo que tenta minimizar o grave problema que é o abandono. Todos os animais são desvermifugados, castrados, vacinados e encaminhados à adoção, mas em se tratando de animais adultos, há demora em encontrar adotantes. Estes animais permanecem mais tempo no campus, mas sempre em busca de adoções responsáveis. O grupo de cuidadores e membros do projeto registram total indignação pela brutalidade destas mortes e pela covardia, pois o veneno, oferecido através de alimentos, é substância cuja venda está proibida. Também demonstram preocupação uma vez que o veneno é misturado a alimentos colocados em áreas de circulação de pessoas, inclusive crianças da comunidade vizinha ao campus.
A pessoa (ou pessoas) causadora desta violência conhece muito bem a área.

Congresso em foco...Miami, Londres, Paris ou New York?

http://congressoemfoco.ig.com.br/noticia.asp?cod_canal=21&cod_publicacao=27907

terça-feira, abril 21, 2009

Sonhei um sonho

Às vezes o desapontamento bate forte. Nada funciona e o vida parece fazer questão de mostrar que não decidimos - nem podemos decidir - nada.
Este é um espaço de resistência ao lugar comum, fugindo da pasteurização e da crença não raciocinada. Mas admito: às vezes a gente cansa!. Nessas horas, nada melhor do que parar um pouco para olhar em volta e para dentro de nós e avaliar se não estamos deixando os “tigres noturnos” despedaçarem nossas esperanças.

I dreamed the Dream - Les Miserables - Andrew Lloyd Webber

I dreamed a dream
I dreamed a dream in time gone by,
When hope was high and life, worth living.I dreamed that love would never die,I dreamed that God would be forgiving.Then I was young and unafraid,And dreams were made and used and wasted.There was no ransom to be paid,No song unsung, no wine, untasted.

But the tigers come at night,
With their voices soft as thunder,As they tear your hope apart,And they turn your dream to shame.
And still I dream he’ll come to me,That we will live the years together,But there are dreams that cannot be,And there are storms we cannot weather!

I had a dream my life would be
So different from this hell I’m living,So different now from what it seemed…Now life has killed the dream I dreamed…
Eu sonhei um sonho
Sonhei um sonho com o tempo já acabado
Quando a esperança era grande e viver valia a pena,
Sonhei que o amor nunca morreria,
Sonhei que Deus perdoaria.
Eu era então jovem e destemido,
E sonhos eram feitos, usados e desperdiçados,
Não havia resgate a pagar,
Nenhuma música sem cantar, nenhum vinho não saboreado

Mas os tigres vêm à noite,
Com suas vozes suaves como trovão,
Eles despedaçam suas esperanças,
E transformam seu sonho em vergonha.

E ainda assim eu sonhei que ele viria para mim,
Que viveríamos os anos juntos,
Mas existem sonhos que não se realizam
E tempestades imprevisíveis

Eu tive um sonho que minha vida seria
Tão diferente deste inferno em que estou vivendo
Tão diferente agora do que parecia
Agora a vida matou o sonho que eu sonhei…

A lição que nos da Susan Boyle

Que a leitura de cada um seja profícua em conclusões e que nos sirva de lição para sonhos de vida.

Lutar no varejo pode ser conquista no atacado. A questão é perseverar.


"Esta é a versão completa da apresentação da agora mundialmente famosa Susan Boyle no Britain's Got Talent, que nos dá uma lição valorosa na luta contra o preconceito [e dificuldades]: as aparências enganam."


http://www.youtube.com/watch?v=xRbYtxHayXo


"Como explicar alguém que nunca viveu em outro lugar a não ser na mesma casa numa aldeota da Escócia, que nasceu com problemas de oxigenação no cérebro o que retardou sua capacidade de aprendizado e que levou o mundo às lágrimas quando entoou os primeiros acordes da difícil “I dreamed the dream” de "Os Miseráveis", num show de calouros britânico? Que se cuide a famigerada “Beth, a feia”, fenômeno de seriado televisivo representado em vários países, inclusive no Brasil, com estréia já prevista na Record , porque Susan, que também não tem atributos de beleza, já ultrapassou a fama de Beth, conquistando o planeta com sua simplicidade e modéstia, apesar do tipo físico desengonçado e sem graça. Susan é daqueles fenômenos que aparecem de vez em quando para acordar a humanidade trazendo alguma mensagem. No caso dela, os mais espiritualistas dizem ter sido um alerta do Universo às frivolidades mundanas dos dias de hoje quando o que conta é a aparência das pessoas, que no caso da escocesa, era a última coisa que podia transformá-la em estrela. Eles também atribuem à Susan o encargo de ser um anjo de esperança num momento de desespero mundial gerado pela crise quando dezenas de mulheres e crianças são mortas pelos próprios chefes de família que perderam casa, emprego, dignidade e principalmente a sanidade mental. Com sua voz clara, forte e sem nenhum artifício tecnológico, Susan canta sem fazer esforço, é como se falasse através da música, passando uma mensagem que , talvez nem ela mesma saiba o significado. Uma mensagem de coragem e determinação. Afinal ela viveu a vida inteira na esperança de ser uma cantora profissional. Sua pureza de sentimentos e falta de malícia são tantas que ela, com a maior tranquilidade, disse isso no palco do programa, arrancando gargalhadas do público e dos jurados. Evidentemente que nem preciso relembrar tudo isso pois todos os detalhes do video passaram a ser conhecidos no You Tube que já teve mais de vinte milhões de acessos. Além disso, Susan já foi capa de revista no mundo todo, manchete de jornais de papel e on line, teve sua apresentação reproduzida em todas as emissoras de TV do planeta, foi entrevistada em noticiários e programas jornalísticos e agora já está na pauta dos mais famosos talk-shows. A presença dela na Oprah está agendada e dizem que Simon Cowel, o jurado durão e produtor de todos os reality-shows musicais já teria convidado Susan para gravar um CD. Tomara. Ela merece estourar nas paradas de sucesso do mundo todo. Pois é…ficar aqui falando de Susan é dizer o que todo mundo já sabe, ela virou um exemplo de determinação, um ídolo de verdade em meio a tantos fabricados e inventados pela indústria da música. Ela se impôs com um talento indiscutível, desafiando preconceitos e calando a boca dos debochados. Susan Boyle deu um verdadeiro “Olé” nos que vivem por aí promovendo só os “bonitinhos” mauricinhos e patricinhas em detrimento dos verdadeiros talentos. Susan escolheu cantar “I dreamed the dream” de os Miseráveis onde a personagem Fantine, linda e sedutora, sonhava em sair da vida infernal que levava. Não conseguiu. Susan, ao contrário , não achava sua vida miserável, ela, mesmo feia e desengonçada, só queria ser uma cantora famosa e não há dúvida que já chegou lá!
"

sábado, abril 18, 2009

De onde eu sou?



"Eu sou do sul, é só olhar pra ver que eu sou do sul.
A minha terra tem um céu azul, é só olhar e ver"

Elthon Saldanha

segunda-feira, abril 13, 2009

A ilusão do abrigo

Inúmeras vezes ouvimos de pessoas que acabaram de recolher um animal da rua dizer: "Ah! Se eu tivesse dinheiro para montar um abrigo!". Fica bem claro, com este sonho, que elas nunca visitaram um, para saber a realidade.
Um abrigo começa sempre com as melhores intenções. Se quem o abre tem uma certa dose de "pé no chão", imagina um número limite de animais a serem abrigados. Mas o objetivo nunca é atingido. Seja porque se condói dos animais abandonados que encontra; ou dos casos tristes que
donos contam para deixar a responsabilidade na mão do outros; ou ainda, daqueles que abandonam na porta, ou jogam animais lá dentro.

Em pouco tempo o limite anteriormente fixado é expandido. E quem pensava ter 50 animais se vê com 100, 200 para alimentar, vacinar, manter limpos, higienizar as instalações, etc. Já ouvi histórias de fortunas perdidas em sonhos de abrigo. Recentemente a de uma senhora que estava sendo obrigada a sacrificar os animais mais idosos e doentes por não poder mantê-los, mesmo em precaríssimas condições.

Depois de seu patrimônio ter se acabado, passado pela fase de pedir ajuda aos amigos, depois parentes, depois aos desconhecidos, por fim a veterinários e à Proteção Animal para sacrificar os animais aos quais ela sonhou dar uma vida melhor ou salvar da morte nas ruas.

Abrigo não é solução, é problema gerado pelo descaso social. Do lado oposto de quem sonha montar um, existe a crença das pessoas em geral de que basta pegar um animal na rua e metê-lo num abrigo para resolver o problema. Quantas vezes ouvimos "leva pra Sociedade Protetora dos
Animais..." Se visitassem algum abrigo dos muitos existentes por aí, veriam a triste realidade: Dezenas, até centenas de animais se digladiando por comida, muitos doentes, e até casos de canibalismo gerados pela fome. Mas ninguém pensa em como a "Sociedade Protetora" vai conseguir recursos.

O que a sociedade não vê, está muito claro para nós que lidamos com o problema 24 horas por dia: em vez de abrigo, dar lar transitório, uma casa de apoio. O animal é tratado, vacinado, esterilizado e doado. E isso, por vezes, demora meses.

Como doar tantos animais e os resultantes dos naturais cruzamentos,
que nascem aos montes todos os dias? Como achar donos suficientes (e
responsáveis ) que os adote?

Informando e educando as pessoas sobre posse responsável e fazê-las compreender que esterilizar cães e gatos (fêmeas e machos) é a única solução possível para o abandono de animais em massa com que convivemos.

Mas o que é desesperante é ver ainda veterinários aconselharem donos a deixar seus animais ter a primeira cria para só depois esterilizá-los; donos darem a desculpa de que "esterilizar faz o animal engordar" (é só continuar dando a mesma quantidade de alimento que isso não acontece ); desculpa da "falta de dinheiro " (quando a Prefeitura e os grupos da Proteção oferecem cirurgias a baixo custo ou mesmo gratuitas ); e da anti-social indústria dos criadores.

E estas mesmas pessoas ainda têm coragem de dizer que gostam de animais, deixando nascer aqueles que serão doados para qualquer um. Ou se alimentar de lixo. Ou morrer atropelados. Talvez sarnentos, famintos, num abrigo irremediavelmente sem recursos, sem ao menos o
carinho de um dono.

* Ana Lúcia Leão é jornalista, membro do Fórum Nacional de Proteção e
Defesa Animal e da Cia. do Bicho: www.ciadobicho.com.br

sábado, abril 11, 2009

Porto Alegre dos bondes...

Em 1992, quando a Prefeitura de Porto Alegre deu início ao projeto Poemas nos Ônibus, da Secretaria Municipal de Cultura, os veículos da Carris passaram a circular ostentando em suas janelas as palavras do maior poeta do Rio Grande do Sul e um dos mais venerados do Brasil.
"Todos os ônibus deveriam passar pela casa de nossas bem-amadas", escreveu Quintana, especialmente para o olhar dos passageiros. O autor de Rua dos Cataventos, em cujo quarto no Hotel Majestic guardava a réplica em miniatura de um bonde da Carris, também colaborou com outra obra para o projeto, rememorando o meio de transporte que mais saudades deixou no imaginário dos porto-alegrenses:
"Acabaram-se os bondes amarelos...
A Frase me saiu em decassílabo, viste?
E O metro clássico já faz adivinhar umsoneto.
Ficou neste verso único.
E deixo o bonde depositado em meuferro-velho sentimental.
Aqui. Parado. Sonhando.
Quem sabe se um dia..."