Bichos meus

quinta-feira, dezembro 31, 2009

Está chegando o verão e, com ele, o veraneio.....

Vale a pena ler..... pela coragem que o gajo teve de expor a verdade, verdadeira....


Paulo Wainbergadvogado e escritor porto-alegrense

Está chegando o verão e, com ele, o veraneio, como chamamos aqui no Sul

Não sei se vocês, de outros Estados, sabem, mas temos o mais fantástico litoral do País: de Torres ao Chuí, uma linha reta, sem enseadas, baias, morros, re-entrâncias ou recortes. Nada! Apenas uma linha reta, areia de um lado, o mar do outro.

Torres, aliás, é um equívoco geográfico, contrário às nossas raízes farroupilhas e devia estar em Santa Catarina.

Característica nossa, não gostamos de intermediários.

Nosso veraneio consiste em pisar na areia, entrar no mar, sair do mar e pisar na areia. Nada de vistas deslumbrantes, vegetações verdejantes, montanhas e falésias, prainhas paradisíacas e outras frescuras cultivadas aí para cima.

O mar gaúcho não é verde, não é azul, não é turquesa.

É marrom!

Cor de barro iodado, é excelente para a saúde e para a pele! E nossas ondas são constantes, nem pequenas nem gigantes, não servem para pegar jacaré ou furar onda. O solo do nosso mar é escorregadio, irregular, rico em buracos. Quem entra nele tem que se garantir.

Não vou falar em inconvenientes como as estradas engarrafadas, balneários hiper-lotados, supermercados abarrotados, falta de produtos, buzinaços de manhã de tarde e de noite, areia fervendo, crianças berrando, ruas esburacadas, tempestades e pele ardendo, porque protetor solar é coisa de fresco e em praia de gaúcho não tem sombra. Nem nos dias de chuva, quase sempre nos fins-de-semana, provocando o alegre, intermitente, reincidente e recorrente coaxar dos sapos e assustadoras revoadas de mariposas.

Dois ventos predominam, em nosso veraneio: o nordeste – também chamado de nordestão – e o sul, cuja origem é a Antártida.

O nordestão é vento com grife e estilo... estilo vendaval.

Chega levantando areia fina que bate em nosso corpo como milhões de mosquitos a nos pinicar. Quem entra no mar, ao sair rapidamente se transforma no – como chamamos com bom-humor – veranista à milanesa. A propósito, provoca um fenômeno único no universo, fazendo com que o oceano se coloque em posição diagonal à areia: você entra na água bem aqui e quando sai, está a quase um quilômetro para sul. Essa distância é variável, relativa ao tempo que você permanecer dentro da água.

Outra coisa: nosso mar é pra macho! Água gelada, vai congelando seus pés e termina nos cabelos. Se você prefere sofrer tudo de uma vez, mergulhe e erga-se, sabendo que nos próximos quinze minutos sua respiração voltará ao normal: é o tempo que leva para recuperar-se do choque térmico.

Noventa por cento do nosso veraneio é agraciado pelo nordestão que, entre outras coisas, promove uma atividade esportiva praiana, inusitada e exclusiva do Sul: Caça ao guardassol. Guardassol, você sabe, é o antigo guarda-sol, espécie de guarda-chuva de lona, colorida de amarelo, verde, vermelho, cores de verão, enfim, cujo cabo tem uma ponta que você enterra na areia e depois senta embaixo, em pequenas cadeiras de alumínio que não agüentam seu peso e se enterram na areia.

Chega o nordestão e... lá se vai o guardassol, voando alegremente pela orla e você correndo atrás. Ganha quem consegue pegá-lo antes de ele se cravar na perna de alguém ou desmanchar o castelo de areia que, há três horas, você está construindo com seu filho de cinco anos.

O vento sul, por sua vez, é menos espalhafatoso. Se você for para a praia de sobretudo, cachecol e meias de lã, mal perceberá que ele está soprando. É o vento ideal para se comprar milho verde e deixar a água fervente escorrer em suas mãos, para aquecê-las.

Raramente, mas acontece, somos brindados com o vento leste, aquele que vem diretamente do mar para a terra. Aqui no Sul, chamamos o vento leste de ‘vento cultural’, porque quando ele sopra, apreendemos cientificamente como se sentem os camarões cozinhados ao bafo.

E, em todos os veraneios, acontece aquele dia perfeito: nenhum vento, mar tranquilo e transparente, o comentário geral é: “foi um dia de Santa Catarina, de Maceió, de Salvador” e outras bichices. Esse dia perfeito quase sempre acontece no meio da semana, quando quase ninguém está lá para aproveitar. Mas fala-se dele pelo resto do veraneio, pelo resto do ano, até o próximo verão.

Morram de inveja, esta é outra das coisas de gaúcho!

Atenta a essas questões, nossa industria da construção civil, conhecida mundialmente por suas soluções criativas e inéditas, inventou um sistema maravilhoso que nos permite veranear no litoral a uma distância não inferior a quinhentos metros da areia e, na maioria dos casos, jamais ver o mar: os famosos condomínios fechados.

A coisa funciona assim: a construtora adquire uma imensa área de terra (areia), em geral a preço barato porque fica longe do mar, cerca tudo com um muro e, mal começa a primavera, gasta milhares de reais em anúncios na mídia, comunicando que, finalmente agora você tem ao seu dispor o melhor estilo de veranear na praia: longe dela. Oferece terrenos de ponta a ponta, quanto mais longe da praia, mais caro é o terreno. Você vai lá e compra um.

Enquanto isso a construtora urbaniza o lugar: faz ruas, obras de saneamento, hidráulica, elétrica, salão de festas comunitário, piscina comunitária com águas térmicas, jardins e até lagos e lagoas artificiais onde coloca peixes para você pescar. Sem falar no ginásio de esportes, quadras de tênis, futebol, futebol-sete, se o lago for grande, uma lancha e um professor para você esquiar na água e todos os demais confortos de um condomínio fechado de Porto Alegre, além de um sistema de segurança quase, repito, quase invulnerável.

Feliz proprietário de um terreno, você agora tem que construir sua casa, obedecendo é claro ao plano-diretor do condomínio que abrange desde a altura do imóvel até o seu estilo.

O que fazemos nós, gaúchos, diante dessa fabulosa novidade? Aderimos, é claro. Construímos as nossas casas que, de modo algum, podem ser inferiores as dos vizinhos, colocamos piscinas térmicas nos nossos terrenos para não precisar usar a comunitária, mobiliamos e equipamos a casa com o que tem de melhor, sobretudo na questão da tecnologia: internet, TV à cabo, plasma ou LSD, linhas telefônicas, enfim, veraneamos no litoral como se não tivéssemos saído da nossa casa na cidade.

Nossos veraneios costumam começar aí pela metade de janeiro e terminar aí pela metade de fevereiro, depende de quando cai o Carnaval. Somos um povo trabalhador, não costumamos ficar parados nas nossas praias. Vamos para lá nas sextas-feiras de tarde e voltamos de lá nos domingos à noite. Quase todos na mesma hora, ida e volta.

É assim que, na sexta-feira, pelas quatro ou cinco da tarde, entramos no engarrafamento. Chegamos ao nosso condomínio lá pelas nove ou dez da noite. Usufruímos nosso novo estilo de veranear no sábado – manhã, tarde e noite – e no domingo, quando fechamos a casa.

Adoramos o trabalhão que dá para abrir, arrumar e prover a casa na sexta de noite, e o mesmo trabalhão que dá no domingo de noite.

E nem vou contar quando, ao chegarmos, a geladeira estragou, o sistema elétrico pifou ou a empregada contratada para o fim-de-semana não veio.

Temos, aqui no Sul, uma expressão regional que vou revelar ao resto do mundo: Graças a Deus que terminou esta bosta de veraneio!

Fonte: Paulo Wainberg
Autor: Paulo Wainberg
Revisão e Edição: de
responsabilidade da fonte

12/2009

domingo, dezembro 27, 2009

Pérolas de almanaque

Almanaque: do árabe ‘almanakh’, designando primitivamente o lugar onde os nômades mandam ajoelhar os camelos. Enquanto os homens e animais descansavam, os primeiros tratavam de trocar notícias, informações, em geral sobre o tempo, os caminhos, as safras, feitos de personagens famosos ou apenas curiosidades. Os almanaques têm mantido a estrutura original daquelas antigas narrativas, como se pode constatar no “Almanach Perdurável”, do século XIV, e do “Almanach Perpetuum”, organizado em Leiria, Portugal, pelo astrônomo e historiador judeu Abraham Ben Samuel Zacuto. Sua obra foi consultada por célebres navegadores, entre os quais Cristóvão Colombo e Vasco da Gama”.
1) Se você gritar sem parar por 8 anos, 7 meses e 5 dias, terá produzido energia sonora suficiente para aquecer uma xícara de café. 2) Se você soltar gases constantemente durante 6 anos e 9 meses, terá produzido gás suficiente para criar a energia de uma bomba atômica. 3) O coração humano produz pressão suficiente para fazer jorrar o sangue para fora do corpo a uma distância de 10 metros. 4) O orgasmo do porco dura 30 minutos. 5) Uma barata pode sobreviver 9 dias sem a cabeça até morrer de fome. 6) Bater cabeça na parede continuamente gasta, em média, 150 colorias por hora. 7) O louva-a-deus macho não pode copular enquanto sua cabeça estiver conectada ao corpo. A fêmea inicia o ato sexual arrancando-lhe a cabeça. 8) A pulga pode pular até 350 vezes o comprimento do próprio corpo. É como se um Caetano Veloso pulasse a distância de um campo de futebol. 9) O bagre tem mais de 27 mil papilas gustativas. 10) Alguns leões acasalam até 50 vezes em um dia. 11) As borboletas sentem o paladar com os pés. 12) O músculo mais forte do corpo humano é a língua. 13) As pessoas destras vivem em média 9 anos mais do que as canhotas. 4) Os elefantes são os únicos animais que não conseguem pular. 15) A urina dos gatos brilha quando exposta à luz negra. 16) O olho da avestruz é maior do que seu cérebro. 17) As estrelas do mar não têm cérebro. 18) Os ursos polares são canhotos. 19) Os seres humanos e os golfinhos são as únicas espécies que fazem sexo por prazer.

sábado, dezembro 26, 2009

O Soneto de Natal de Machado de Assis

"Um homem, - era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço no Nazareno, -
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,
Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.
Escolheu o soneto... A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.
E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
"Mudaria o Natal ou mudei eu?"

sexta-feira, dezembro 25, 2009

Fale um pouco sobre você ( Eu?)

"Uma pessoa comum, pois incomuns são os políticos, ex-presidentes, enfim... a turma que tomou conta de nosso país, com aval nosso, o que é pior. Trabalho (ainda! - reação de alguns....) Ainda, graças a Deus. E também participo de forma ativa de um grupo voluntário que luta pelo bem-estar animal, contra a violência e abandono. Sou mãe de 3 rapazes, adultos ( e de 2 vira-latas, Baleia e Chita, abandonadas no Campus do Vale da UFRGS, e mais uns gatitos). Apenas isto.E basta.

Abraços.Carmem/www.bichosdocampus.ufrgs.br

PS: Li em algum lugar que brasileiro é mestre em indignar-se. E pára aí!"

Mundo de ser

Era uma vez um homem
Que tinha tudo
Mesmo assim era vazio,
sem conteúdo
Na pressa de acumular
O que os outros não têm
Esqueceu de viver
Se tornou ninguém
Mundo de ter
Não é mundo de ser

Um ano-novo em que a gente possa mais ser do que ter.
Que em 2010 nos sejamos mais do que tenhamos!!
andré reis

domingo, dezembro 13, 2009

RUMO À EXTINÇÃO


Tartaruga gigante segue sem filhos

As notícias não são nada boas para Solitário George, o mais ilustre habitante do Parque Nacional das Ilhas Galápagos, no Equador. A tartaruga gigante, considerada o último representante da subespécie Geochelone nigra abingdoni, tem idade estimada em 70 anos. Os cientistas tentam acasalar George com companheiras de uma subespécie diferente, mas parecida com a sua. Entretanto, os últimos cinco ovos postos por uma delas se revelaram inférteis. Desta forma, o animal segue sem descendentes.