Bichos meus

sábado, dezembro 31, 2011

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O drama dos animais atropelados nas estradas do Brasil

Quase ninguém se compadece desta dor…
Ao final de cada data festiva, ficamos sabendo através do noticiário sobre o  saldo de acidentes e mortes nas vias federais. Fato tão recorrente, que já é visto por boa parte das pessoas sob a lente da banalização e da indiferença. Estradas ruins, imprudência por parte dos motoristas e pedestres e, acima de tudo, a falta de educação, são a causa dessa triste estatística.
Ao voltar de uma viagem pela BR-262, pude computar cinco mortes que não estarão nos noticiários da TV, nem nas páginas dos jornais.  Estou falando mais uma vez daqueles que são invisíveis para a sociedade (atributo que os indigentes e outras minorias também gozam): os animais abandonados.
Cachorros, gatos, pássaros e animais silvestres, encontram o fim inevitável nas armadilhas das vias federais. Após o choque da cena, penso naqueles que se sensibilizam com tamanha covardia e crueldade e tentam achar algum conforto imaginando que tal destino foi o melhor que poderia ter acontecido àquela pobre criatura. Pelo menos agora não será mais agredida, não passará fome… Aí está mais um problema que a castração/esterilização assistida poderia ajudar a evitar. Fica o apelo às autoridades inertes desse combalido país.
A maioria vê com desdém a preocupação de alguns, mais atentos, para com essas vítimas do progresso. Às vezes, em meu mundo imaginário, fico pensando se a imagem de um cachorro atravessando uma via pública pudesse ser substituída (mesmo que brevemente) pela de uma criança totalmente indefesa. Haveria comoção geral, seguida de colisões colossais a fim de se evitar o desastre. Pois é… Não que os dois casos mereçam o mesmo tratamento, mas com certeza, “merecem a mesma consideração” (Peter Singer).
Sobre a cadelinha Lana, nunca confiei na justiça brasileira e vejo com muito desengano o desfecho deste caso. Vou morrer sem entender como um crime hediondo pode prescrever. Penso que toda ação criminosa dessa magnitude deveria ser inafiançável; no caso referido, imperdoável.
POR MARCUS TRANCOSO 
27.12.2011 

QUERO UMA CASA NO LITORAL.....gaúcho


Meu desejo é ter uma casa no litoral gaúcho.

Não me aquieto até que cumpra meu objetivo. É uma espécie de aposentadoria, testamento emocional. Uma residência em Porto Alegre e outra para o veraneio. Fugiria nos dias quentes para o refrigério marítimo. Xangri-lá seria minha Isla Negra, onde escreveria as memórias e guardaria a coleção da revista Placar.

Desde adolescente, observo classificados à procura de barbadas. É surgir uma placa de “vende-se” no alto de uma janela que arregalo as sobrancelhas e decoro o número da imobiliária. No celular, deve existir mais de 30 números de corretores.

Sei que os filhos já cresceram, que não vale a pena manter um endereço fechado o ano inteiro para reabrir nas férias, que terei que pagar caseiro, taxas e impostos, que o melhor é viajar pelo país com o mesmo dinheiro.

Apesar das contraindicações, não desisto, teimo que quero e quero, como uma criança segurando chocolate no supermercado. Compenso a falta de argumentos com beiço.

– Você já parou para pensar o motivo de tanta vontade? – perguntou a amiga Diana Corso.

– Para descansar – respondi.

– Me engana que eu gosto, busca uma casa na praia para brincar de Interior.

Sua frase entrou na perna como um anzol. Ela me pescou, tirou o chão das palavras. Exata definição: ambiciono uma casa na praia para reaver a rotina simples e bucólica do interior do Estado, é meu modo de voltar a ser menino e não me preocupar com paranoia, travas, fechaduras, alarmes e cerca eletrônica.

É minha saudade do quintal, das roupas dormindo no varal, do mosquiteiro e das janelas abertas. É minha saudade da facilidade de fazer amigos, do chimarrão na varanda e de brigar sobre política com os vizinhos. É minha saudade de cumprimentar qualquer um que passa pela rua – qualquer um! – sem a necessidade de conhecer. É minha saudade de jogar cartas e rir novamente de piadas antigas. É minha saudade de preparar bolo de surpresa, de cultivar horta, de comprar veneno para formigas. É minha saudade de ser educado e pontual, do artesanato da vida, da carpintaria dos minutos.

Está explicada a adoração do gaúcho pela sua orla. A Estrada do Mar é o nosso túnel do tempo. O fanatismo pelas praias retilíneas é a possibilidade de retornar às origens, a uma época em que as crianças saíam a andar de bicicleta e apenas ressurgiam no jantar. E não havia o medo do pior, mas a confiança no melhor.


Ao passar pelo nosso litoral, vejo empresários cortando a grama, jogadores de futebol arrumando o telhado, pesquisadores varrendo a calçada, um mundaréu de gente morrendo de saudade, como eu, das discretas e deliciosas cenas domésticas e interioranas.

Fabrício Carpinejar
Publicado no jornal Zero Hora/RS
Coluna semanal, p. 2, 8/11/2011
Porto Alegre (RS), Edição N° 16880

Encontrei onde mora a Felicidade

BELEZA INTERIOR


Felicidade mora na Rua João Goulart, em Santana do Livramento, cidade de 83 mil habitantes, a 487 quilômetros de Porto Alegre, na fronteira com o Uruguai.

Ela tem um rostinho de violeta, de vaso miúdo, o andar curvado e a bondade brilhosa de pele. Calça sapatos pretos com meia calça e seus cabelos grisalhos são espetados.

– Fiquei magrinha, mirrada, terminou o sangue, a carne, sou só osso e olho.

Felicidade Camargo Machado completou 106 anos. Reside sozinha, paga as próprias contas com o dinheirinho da viuvez, varre o pátio, prepara sua comida e não precisa de mais ninguém.

– Quando casei, não podia sair. Ou tinha que cuidar dos filhos ou do marido. Hoje saio de qualquer jeito: não fico mais presa por homem nenhum.


Felicidade não sabe ler nem escrever, mas é de uma sabedoria aforística, como se fosse uma página perdida do Evangelho.

– Já tive tempo de aprender tudo, desaprender tudo e agora estou aprendendo de novo.

Felicidade é a única sobrevivente dos 15 irmãos.

– Semente solitária, a última para fechar plantação.

Felicidade é um anjo que sobreviveu ao inferno. Seu marido Ernesto foi pego em flagrante com mulher casada e assassinado pelo homem traído.

– Perdi o jeito de rir de tanto sofrimento. Vou rir por engano.

Felicidade diz que os pássaros deram para entrar pela janela da sala.


– Até pareço flor com mel.

Felicidade estragou a certidão de nascimento, guarda pedaços colados com manteiga numa tabuinha.

Felicidade passou a vida inteira trabalhando como lavadeira. Atendia 10 famílias na cidade. Suas mãos espumam.

– O tanque de pedra é meu conselheiro.

Ela detesta máquina de lavar, nunca teve, nunca terá. Alimenta manhas de seu ofício. Conserva todas as barras amarelas de sabão no mesmo pote, no aproveitamento total das sobras.

– Quando acaba o fim, posso inventar novo fim com as paredes do sabão no vidro.

Felicidade é do tempo que se lavava roupas no rio. E andava com trouxas na cabeça.

– Gosto de trabalhar à moda de céu aberto. Já andei pelas campanhas sem fim do pago. No Rio Grande tudo é mais fácil de existir.


Felicidade tem forças sigilosas nas veias. Soca, duro, as camisas, esfrega, bate o pano com violência. É uma boxeadora dos botões.

– A limpidez vem do movimento da água.

Felicidade é poeta e nunca leu um livro de poemas.

– Poema é cachorro lambendo meu joelho esfolado.


Felicidade preserva o melhor do dia para ir ao supermercado e conversar com as balconistas. Os estranhos ensinaram a se cuidar mais do que seus familiares.

– As gurias são minhas colegas de escola.

Felicidade existe? Às vezes acho que estou delirando e ela é sonho avulso de uma criança ou uma adolescente extraviada em alguma velhice.

Felicidade mora dentro de uma casa de madeira que fica dentro de uma casa de alvenaria. Ao invés da tradicional reforma, construiu uma casa no interior da outra. A porta antiga da frente abre para o quarto.

– Assim que somos: a infância dentro do adulto.

Felicidade acorda ao meio-dia e se acende de madrugada. Limpa os móveis ouvindo Roberto Carlos. Prefere banho de bacião e o luxo de despejar canecas de água quente no corpo. Aprecia um churrasquinho com bolacha maria e café preto.

Felicidade é esquisita de bonita. Não lembra as pessoas. E não sofre com isso.

– Sorte delas que lembro de mim para poder conversar.

Felicidade põe pinturinha nas mãos para assistir à novela e acenar aos artistas da tela.


Felicidade passeia com sua bolsa de croché pela Praça Internacional.

Felicidade é.

– Estou feliz para ser feliz um dia.


Fabrício Carpinejar, jornalista e escritor
 

Jornal Zero Hora/RS

 31/12/2011 e 01/01/2012 | N° 16933


LOBO REPÓRTER: Iniciativa busca substituir cobaias por testes de ...

LOBO REPÓRTER: Iniciativa busca substituir cobaias por testes de ...: Coelho vitimado como cobaia em teste de toxicidade A agência ambiental americana, junto com o National Institutes of Health e a Food an...

sexta-feira, dezembro 30, 2011

É bom lembrar....


"As vezes perguntam-me porque invisto tanto tempo e dinheiro falando de amabilidade para com os animais quando existe tanta crueldade entre os homens?  
Ao que respondo: Estou a trabalhar nas raízes!"
George T.Angell

"Temos que acabar com a mentalidade de que enquanto tivermos crianças necessitadas, não poderemos nos preocupar com os animais. Uma coisa independe da outra. Podemos nos preocupar com as crianças, os animais e a natureza simultâneamente. Caso contrário será tarde demais."

LOBO REPÓRTER: #Leilobo: mais um crime atroz contra animais

LOBO REPÓRTER: #Leilobo: mais um crime atroz contra animais: Lenoir Gomes Pereira, assassino a solta Mais um relato de uma atrocidade contra animais no Brasil , desta vez em Santa Catarina. Um p...

JORNAL VOCÊ E SEU PET: A ESPERANÇA SE RENOVA EM 2012 !

JORNAL VOCÊ E SEU PET: A ESPERANÇA SE RENOVA EM 2012 !

Mateada em Prol Animais Abandonados.wmv

sábado, dezembro 24, 2011

PowerPoint ajudou a provocar a tragédia do ônibus espacial Columbia

http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI269857-17773,00-DIRETO+AO+PONTO.html

Boas Festas! Feliz Natal. Bom ano de 2012. Saúde e PAZ.

O velhinho de roupa vermelha e barba branca

O velhinho de roupa vermelha e barba branca -- que hoje em dia é visto com destaque em centros comerciais de todo o mundo na época do Natal-- tornou-se um ícone cultural da sociedade de consumo.
Apesar de ter se inspirado em um bispo que viveu no século 4, o personagem que encanta as crianças foi construído durante os últimos 17 séculos, com elementos de mitos de diversas regiões e países.
O personagem original foi o bispo da cidade de Mira, no antigo reino de Lícia --na atual Turquia-- de nome Nicolau, célebre pela generosidade com crianças e pobres, mas que, mesmo assim, foi perseguido e preso pelo imperador Diocleciano.
Com a chegada de Constantino ao trono de Bizâncio, o bispo Nicolau foi libertado e pôde participar do Concílio de Nicéia (325). Após a sua morte, foi canonizado pela Igreja Católica como São Nicolau. Surgiram, então, incontáveis histórias de milagres realizados pelo santo em benefício de pobres e desamparados.
Nos primeiros séculos após sua morte, São Nicolau tornou-se padroeiro da Rússia e Grécia, bem como de inúmeras sociedades beneficentes e das crianças, jovens solteiras, marinheiros, mercadores e prestamistas.

HOLANDA
A partir do século 6, foram erguidas várias igrejas dedicadas ao santo, mas essa tendência foi interrompida com a Reforma, quando o culto a São Nicolau desapareceu da Europa protestante, com exceção da Holanda, onde era chamado de Sinterklaas.
Na Holanda, a lenda do Sinterklaas fundiu-se a antigas histórias nórdicas sobre um mago mítico que andava em um trenó puxado por renas, premiava com presentes as crianças boas e castigava as que se comportavam mal. No século 11, mercadores italianos que passavam por Mira roubaram relíquias de São Nicolau e as levaram para Bari.
A partir daí, essa cidade italiana onde o santo jamais colocou os pés tornou-se um centro de devoção e peregrinação.
No século 17, emigrantes holandeses levaram a tradição de Sinterklaas para os Estados Unidos, cujos habitantes adaptaram o nome para Santa Claus, mais fácil de ser pronunciado, e criaram uma nova lenda, consolidada no século 19, sobre um velhinho alegre e bonachão que percorria o mundo em seu trenó no Natal, distribuindo presentes.

SANTA CLAUS
Enquanto nos Estados Unidos ele era conhecido como Santa Claus, do outro lado do Atlântico, no Reino Unido, chamava-se Father Christmas (Papai Noel). Com um nome ou outro, o certo é que o personagem baseado no bispo Nicolau tornou-se rapidamente o símbolo do Natal - estimulando as fantasias infantis --e, principalmente, ícone do comércio de presentes de Natal, que movimenta anualmente bilhões de dólares.
A tradição não demorou a cruzar novamente o Atlântico, dessa vez renovada, e se espalhar para vários países europeus, em alguns dos quais Santa Claus mudou de nome. Na França, o Father Christmas dos ingleses foi traduzido para "Père Noël", na Espanha para "Papá Noel" e em Portugal para "Pai Natal", espalhando-se rapidamente pela América Latina.
Dizem ainda que o visual moderno do Papai Noel --roupas vermelhas e gorro com barrete branco-- teria sido uma invenção da Coca-Cola, que nos anos 30 promoveu uma campanha "repaginando" o Bom Velhinho com as cores oficiais do produto.
 
                 http://www.celsojunior.net/blog/2006/12/04/papai-noel-da-coca-cola-completa-75-anos/













Escrevo

"Escrevo porque respiro e transpiro pelas palavras. 
Escrevo para não sufocar, para sublimar, para entender o que se passa na minha cabeça. 
Escrevo para preservar minha sanidade quando o mundo me atropela. 
Escrevo porque, sem as palavras, sinto-me apenas sobrevivendo. 
Ou sobremorrendo. 
Como aquele casal, que se afastou tanto, 
que nem com palavras se tocava mais..."

Maria Luiza Ramos

A casa azul

Zero Hora - 22 de dezembro de 2011 |

LETICIA WIERZCHOWSKI


  • Certas coisas não acabam dentro da gente. A minha casa de verão, por exemplo. Passaram os anos e há muito ela se foi – antes que a derrubassem, foi vendida, outros viveram sob o seu teto os dias de um fevereiro qualquer, sem que eu nunca ousasse voltar até lá... A casa, os donos novos botaram abaixo um belo dia: carpinteiros derrubaram as paredes que acolheram a minha infância, o quarto com os beliches, a varanda onde tantas vezes esperei passar o primeiro menino dos meus olhos, o porão onde guardava-se a manteiga no tempo da avó e onde eu acreditei que vivia uma bruxa – o fim de cada uma dessas coisas foi planejado e executado sem dó, já faz bastante tempo.

    No entanto, essa casa azul continua em mim. Com ela sonho por noites seguidas, anos a fio – como sonhei ainda ontem, acordando dentro dela hoje pela manhã... Nessa casa azul penso quando recordo a minha infância; se fecho os olhos, reencontro em mim o toque, o som e o cheiro de cada coisa: o áspero da madeira das paredes, o odor de mofo dos armários quando chegávamos para o verão, o barulhinho das janelas se abrindo para a manhã... Eu posso pegar a louça entre as minhas mãos, os copos, as xícaras, os pratos, eu sinto o cheiro da uva espremida para o suco e o gosto da limonada que a mãe servia na grande jarra azul dos almoços; eu posso sentar à mesa e entrar no quarto dos hóspedes; sob meus pés, ainda sinto o toque aveludado da madeira da varanda (era uma casa sobre pilotis, talvez porque naquelas paragens a areia vinha e tomava conta de tudo num único inverno). Vive em mim, essa casa – e vive na minha ficção. Meu avô segurou nas suas mãos os tijolos daquelas paredes, e o seu riso forte ainda ecoa naquelas sala, nesse país imaginário, nessa praiazinha ventosa de sonhos que a casa habita até hoje.

    Passado o Natal, íamos para lá. Era uma regra adorada: arrumar as malas, os presentes recém-recebidos, e tomar a estrada para o Litoral. Foi a casa da minha infância, a casa eleita pelos meus sonhos. E hoje, ao acordar pensando nela, abri um livro da Sophia de Mello Breyner e meus olhos leram, assim de chofre: “A antiga casa que os ventos rodearam, com suas noites de espanto e de prodígio, onde os anjos vermelhos batalharam (...), permanece presente como um reino, e atravessa meus sonhos como um rio”. Ah, casa azul... Aqueles dezembros há muito se perderam, mas eu ainda te navego.