Bichos meus

quarta-feira, setembro 30, 2009

BBC abre seus aruivos sobre vida selvagem


Incluindo 30 anos de clássicos de David Attenborough.

A BBC colocou na Internet o seu vasto arquivo de mais de 500 filmes sobre a vida selvagem, incluindo 30 anos de clássicos documentários de David Attenborough. O site BBC Wildlife Finder disponibiliza vídeos e áudio sobre quase 400 espécies de animais – como pandas, pinguins-imperador, tartarugas e elefantes - e 27 tipos de habitats.Há mais de 30 anos, Sir David Attenborough quase ficou sem sapatos. Nas florestas do Ruanda, um grupo de gorilas da montanha aceitou a aproximação do documentarista britânico e duas crias tentaram tirar-lhe os sapatos. Esta icónica sequência, uma das preferidas de Attenborough, passou a estar online desde ontem no site da BBC.“Quando comecei, havia tanto do mundo natural que não conseguíamos filmar. As câmaras, a luz, o tamanho do equipamento punham fora do nosso alcance tudo o que era extremamente pequeno ou extremamente grande, extremamente rápido ou extremamente lento”, comenta no site.Mas “nos últimos 30 anos, as coisas mudaram radicalmente. Hoje podemos filmar tudo. Desde os gigantes dos oceanos aos pequenos invertebrados”.“Sempre foi minha esperança que, através da filmagem, pudesse levar as maravilhas do mundo natural até à sala de estar das pessoas, inspirá-las a descobrir mais e a cuidar do planeta que partilhamos”.De acordo com a BBC, o site permite ao utilizador saber mais sobre os seus animais favoritos, onde e como vivem, além das notícias sobre eles e quem os está a filmar no momento.
29.09.2009

domingo, setembro 27, 2009

Desanafo de pai e professor - Basta à Indisciplina



O episódio em que a professora Maria Denise Bandeira fez um aluno retocar a pintura de nove salas de aula como punição por ter pichado o apelido em uma delas, revelado por ZH e zerohora.com, foi tema ontem do programa Polêmica, na Rádio Gaúcha. Embora tenha despertado críticas dos pais do adolescente de 14 anos, a professora da Escola Estadual de Ensino Médio Barão de Lucena recebeu o apoio de 97% dos 2.278 participantes de enquete do programa.


Professor e pai de seis filhos, Régis Gonzaga foi um dos convidados a debater a questão no Polêmica e fez um contundente manifesto a favor da paternidade responsável.

ZH publica a opinião do educador abaixo.

A professora Maria Denise, que nada tem do que se envergonhar, declarou ter agido com raiva no episódio da pichação da escola em que trabalha, em Viamão. Essa mesma raiva tem de tomar conta de todos nós. Chega de passar a mão por cima de tudo. Chega de morar em uma cidade imunda, suja, em que todos os prédios estão pichados, e ninguém faz absolutamente nada. Está na hora de dar um basta, mas não o basta da professora tão somente, um basta de toda a sociedade.

Espero que essa pichação signifique a retomada de um novo debate. Que tipo de sociedade nós queremos para os nossos filhos? Que tipo de sociedade nós estamos deixando para os nossos netos? O nosso papel como educadores é dizer: “olha, chegou. Vai haver repercussão, algumas pessoas são contra.” Houve quem dissesse que a atitude da professora não educa. Essas pessoas deveriam conviver com jovens, como nós fazemos diariamente, e ver como alguns adolescentes que agem corretamente se queixam. Alguém tem de dar limites, alguém tem de dizer chega.

Estes jovens estão pedindo: “olhem pra mim”

Nós vivemos em um mundo em que há um animal em extinção, e não poderia. O adulto. Há pais que agem como colegas de seus filhos. Estou cansado de ir a festas em que os pais compram vodca com energético para os filhos de 12, 13 anos. Cansado de ver pais reclamarem do professor do filho porque ele aplicou uma prova um pouquinho mais difícil. Hoje, os bons alunos, mesmo os com uma estrutura familiar razoável, têm vergonha de dizer que estudam. Quantas e quantas vezes eu presenciei o diálogo entre dois meninos:

– E aí, Fulano. Estudou para a prova?

– Não, não estudei.

– Pô, mas eu liguei para a tua casa, a tua mãe disse que tu estava estudando.

– Não, não, estava vendo o jogo. Estava enganando a velha.

Vergonha de dizer que tinha estudado, porque é feio estudar. Que valores são esses? Está na hora da sociedade toda se dar conta de que nós estamos indo para a tragédia. E há tragédia em todos os setores. Vivemos em um país em que os senadores mentem, os deputados mentem, os vereadores mentem, e nada acontece. Que mensagem nós passamos para essa gurizada? A mentira é uma boa.

Aos pais do garoto que escreveu o apelido na parede da escola, quero dizer que a punição faz parte do aprendizado, e que eles não precisam ficar chateados. Se não houver punição, sai da escola, vai para o telefone público, vai para os prédios históricos, vai para os monumentos. E a cidade, que poderia ser bonita, paga a conta em razão de pichadores. Esses jovens estão pedindo desesperadamente: “olhem para mim! Por favor, me estabeleçam limites.” É por aí que nós podemos começar. Faz parte de ser jovem cometer deslizes, cometer erros. Mas cabe aos mais velhos corrigir para que eles não se repitam.

A gurizada quer ser do bem, falta oportunidade.

Para não dizer que só falei mal da gurizada, é importante ressaltar que os responsáveis por esse tipo de incidente correspondem a uma parcela muito pequena da juventude. Faltam nas comunidades mais atividades que levem o jovem para o bem. A Fundação Thiago Gonzaga tem mais de 10 mil inscritos em Porto Alegre. O que isso quer dizer? Que a gurizada quer ser do bem, está faltando oportunidade. Para o mal, em cada esquina, há seis chances.

O que as escolas podem fazer é criar atividades voltadas ao voluntariado, à ecologia, a tentar construir um mundo melhor. A grande maioria, tenho certeza, está disposta a participar.


RÉGIS GONZAGA | PROFESSORPublicado no Jornal Zero Hora - 25.09.2009Porto Alegre/RS

Idéias para você Salvar o Mundo

Não é nada fácil salvar o mundo, mas...


1. Informe-se

Acompanhe as notícias sobre o meio ambiente, atualize-se, estude a fundo os aspectos que mais lhe interessam.

2. Aja localmente

Pense a respeito de como colaborar na família, na vizinhança, na escola dos filhos e na comunidade. Participe mais de tudo e difunda suas idéias sobre um mundo melhor.

3. Pense localmente

Estabeleça vínculo entre temas locais e globais. Apesar de magnitudes diferentes, os dois universos se correlacionam.

4. Some

Antes de pensar em formar uma organização não-governamental, procure ema parecida na qual você possa se engajar.

5. Otimismo é fundamental

Envolva-se de maneira criativa e divertida. Se quer atrair outras pessoas, pense em discursos e eventos positivos.

6. Seja efetivo

Envolva-se, torne-se ativo, mas não duplique suas obrigações. Trabalhe para ampliar sua efetividade.

7. Crie notícia

Identifique temas que possam interessar a muitas pessoas. Então, escreva para jornais, revistas, redes de rádio e TV.

8. Planeje sua família

Se a população da Terra, em 2050, ficará em 7,9 ou 10,9 bilhões de pessoas, conforme projeta a ONU, a diferença será de um filho por casal.

9. Não polua

Não jogue pilhas e baterias de celular no lixo comum. Mantenha bacias hidrográficas, rios, represas e lagoas livres de lixo ou qualquer tipo de resíduo. Lembre-se: o cano que sai da sua casa provavelmente deságua num rio, numa lagoa ou no mar.

10. Preserve a biodiversidade

Espécies animais e vegetais merecem respeito. Plante árvores: elas produzem oxigênio e são abrigos para aves.

11. Seja coerente

Economize energia, água, prefira equipamentos que não prejudiquem a camada de ozônio, reutilize materiais, recicle o lixo caseiro, use menos o carro, ande mais a pé, evite produtos de origem animal.

12. Passe a sua vida a limpo

Reveja seu estilo de vida. Pense num padrão condizente com o mundo sustentável.

13. Boicote

Engaje-se em movimentos de boicote a produtos que não respeitam o meio ambiente. Aliás, nem espere por moviemntos: faça isso sempre que cair a ficha.

14. Eleja e cobre

Fiscalize o trabalho e a postura dos deputados e senadores ligados à sua comunidade ou cidade. Escreva para eles fazendo sugestões ou cobranças.

15. Separe o joio

Nunca na história tivemos acesso a tanta informação - e também a tantas opiniões diferentes. Faça a coisa certa.

16. Ensine as crianças

Preparar as novas gerações à luz de princípios ecológicos é a garantia de um mundo mais redondo daqui para frente.

17. Acredite no futuro

Estimule idéias inovadoras, invista em grupos não-governamentais, renove sua crença de que tudo vai dar certo. Quanto mais pessoas acreditarem na paz, mas ela será possível.


Fonte: Super Especial - Como Salvar a Terra/junho 2001

quarta-feira, setembro 23, 2009

Para não esquecer....

"Escreva numa folha o que você quer ser e fazer quando crescer. Leia sempre, pois com o tempo a gente acaba acostumando com a vida e esquece dos sonhos e das vontades".

terça-feira, setembro 22, 2009

Tentar, mas com responsabilidade

"Tentar e falhar é, pelo menos, aprender. Não chegar a tentar é sofrer a inestimável perda do que poderia ter sido. "

domingo, setembro 20, 2009

Se esta rua fosse minha

Se esta rua...
Se esta rua fosse minha
Eu a mandava limpar...
Se esta rua fosse minha,
Eu não iria esquecer
Que parada de ônibus
Bom calçamento teria que ter
Se a calçada é estreita
Eu iria lembrar
Que uma lixeira no caminho
Só serve pra atrapalhar
Se esta rua fosse minha eu iria saber
Que para uma árvore sadia
Um canteiro bom teria que haver.
Onde plantassem, e flores pudessem nascer
Se esta rua fosse minha, não a deixaria pichar
E a noite, a iria bem iluminar
Se esta rua fosse minha
Eu lembraria os deficientes
Que precisam passar
Se esta rua fosse minha...
Eu saberia dos idosos
Que gostariam de passear
pior é que ela é minha...
Pior é que não me ouvem...
Pior é não querem ver
Que se esta rua é minha
Eu não deveria pagar
Para ela ser bonita.
Como esta rua é minha
Pouco iria gastar,
E tudo faria mudar.
E como nada é feito...
E como esta rua é minha...
Só me resta gritar!
Marília Costa Cardoso, Conselho de Blogueiros- Jornal Zero Hora/RS/Brasil

sábado, setembro 19, 2009

responsabilidades

"Todos nós temos três tipos de responsabilidade. A primeira é a profissional, pela qual temos de exercer nosso trabalho com qualidade e seriedade. A segunda é a responsabilidade de atuar solidariamente em nossa comunidade, procurando desenvolver atividades que ajudem a atender suas necessidades, de forma voluntária.

A última e mais importante é a nossa responsabilidade institucional com o país, ou seja, é a nossa contribuição para que a construção de um Brasil melhor, conceito que abrange, inclusive, nossas atividades do dia a dia. A soma das condutas de todos nós determina o futuro do país. Portanto, a ação de cada um é essencial para que possamos resolver o atraso institucional que ainda persiste no Brasil."


Jorge Gerdau Johannpeter

20.09.2009

Despedida - José Saramago

Agosto 31, 2009

"Diz o refrão que não há bem que sempre dure nem mal que ature, o que vem assentar como uma luva no trabalho de escrita que acaba aqui e em quem o fez. Algo de bom se encontrará neste textos, e por eles, sem vaidade, me felicito, algo de mal terei feito noutros e por esse defeito me desculpo, mas só por não tê-los feito melhor, que diferentes, com perdão, não poderiam eles ser. Às despedidas sempre conveio que fossem breves. Não é isto uma ária de ópera para lhe meter agora um interminável adio, adio. Adeus, portanto. Até outro dia? Sinceramente, não creio. Comecei outro livro e quero dedicar-lhe todo o meu tempo. Já se verá porquê, se tudo correr bem. Entretanto, terão aí o “Caim”.

P. S – Pensando melhor, não há que ser tão radical. Se alguma vez sentir necessidade de comentar ou opinar sobre algo, virei bater à porta do Caderno, que é o lugar onde mais a gosto poderei expressar-me."

sexta-feira, setembro 18, 2009

A visita de Acácio

Seu Acácio brecou a carroça no oitão do casarão da Fazenda do Minuano e, de vereda, começou a saltar gente como pipoca em panela.Era uma manhã de domingo. O sol dourando os trigais logo ali na frente e iluminando até as sombras que teimavam em resisti-lo. O arvoredo, que contornava o lado direito do casarão, parecia posicionar-se numa reverência submissa. Os guaipecas estendidos na relva macia, irmanados naquele espírito festivo, despojaram-se até dos seus habituais latidos, sempre que algum forasteiro se aproximava. Tico-ticos, pica-paus e sabiás ora planavam, ora pousavam nos cercados, nos galhos das pitangueiras e nos cumes dos telhados, numa observação curiosa dos humanos.A lona amarela descobriu a carroça, e olhos curiosos corcovearam nas órbitas, lábios se abriram, dentes se mostraram e largos sorrisos molduraram os rostos daquela gente humilde e alegre da Campanha. Eram tamancos e sandálias de todas as cores e estilos, eram saias e vestidos com babados e decotes acentuados. Eram bombachas de fino corte, chapéus de feltro, de palha, até panamás. Eram cinturões dos mais variados feitios, recheados de guaiacas e de orifícios para acomodar as balas, além do coldre prontito para receber o abafa-briga — o que faz tremer o valente, o que faz sumir o covarde.Seu Acácio atendia a todos numa atenção desmedida — "isto fica bem para a senhora, lindo para a senhorita, muito melhor para o senhor", ao mesmo tempo que anotava em uma caderneta sovada os produtos que lhe iam sumindo da vista como dinheiro de gáucho metido na zona. Conta-se que a João Furtuoso ficou a incumbência de assar o churrasco do almoço. E sem perder tempo fez logo o fogo na churrasqueira abrigada sob sombra generosa. E sem perder tempo ia espetando as costelas, as linguiças, as picanhas, salgando a gosto, enquanto assobiava melodias como Sabe Moço, Guri... Depois das vendas, seu Acácio rumou para outras paragens que vender mais era preciso. E na Estância, entre um tira-gosto e um gole de trago, ficou a peonada e as mulheres a provarem mais uma vez os vestidos, as bombachas, os cinturões, os tamancos, como guri que ganha brinquedo novo. Quando a carne já se desmanchava nos dentes afiados dos viventes e o patrão Antônio Balta preparava um discurso açucarado sobre a próxima colheita, a briga enfurecida de dois cachorros, muito próximo dali, chamou a atenção dos paisanos. Ralharam-lhes em vão, e a peleia ruidosa só não tomou contornos mais trágicos porque dois peões os apartaram e puseram fim ao prolongado litígio. Mas (barbaridade!) o motivo do conflito nem tiveram coragem em comunicar a João Furtuoso — a bombacha recém-comprada de seu Acácio estava virada em fiapos, justamente naquele dia em que ele queria — mais do que nunca — impressionar a morena Jenita, dona de perturbadora beleza, filha mais nova do lindeiro Niza, num dos melhores bailes do Bom Jardim.

— Credo, homidideus, quicachorrada hein? — disseram os peões, incrédulos, mãos sobre a testa, enquanto os outros, indiferentes à pequena tragédia, seguiam no exercício prazeroso do levantamento de garfos e sob a sombra da velha ramada.


Dioclécio Lopes

quinta-feira, setembro 17, 2009

Contos Gauchescos: O Cusco Piloto

Piloto chegou à Estância do Minuano pelas mãos benevolentes de João Furtuoso, há, pelo menos, uma dúzia de anos, como contou certa vez Tenório.

João recém havia chegado ao bolicho de um tal de Florêncio Flores. Voltava de uma longa tropeada lá pras bandas do Passo Feio, onde fora entregar uma tropa mui linda ao estancieiro Inácio Dutra, tido como muito muquirana e de má bebida.

Furtuoso avisou o bolicheiro que estavam com as gargantas secas e os estômagos no espinhaço. Homem solícito, de imediato mandou que lhes servisse uma canha de alambique próprio, enquanto caprichava na linguiçada acompanhada de um feijão mexido na frigideira lustrosa.

Não demorou muito para que um cusquinho rengo e subtraído pela fome viesse lhe suplicar comida próximo ao gentario espalhado pelas mesas do recinto. Não foram poucas as vezes que Florêncio Flores tentou enxotar o inconveniente visitante com gritos de "já já pra fora!", "onde já se viu!?", repicando um dos pés no chão, simulação inútil à perseguição ao animalzinho indefeso.

Mas o guaipeca escorraçado volta e meia metia a cara na porta do bolicho, exibindo dois olhos graves e tristes, esmolando a atenção dos viventes que espantavam a fome a fartas garfadas da comida fumegante.

Diz o Tenório que a cena amoleceu o coração de João Furtuoso como alguém pialado por uma paixão devastadora. Apiedado do estado miserável do cusquinho, colocou-o com todo o jeito sobre os arreios e o conduziu, quieto, até a Estância do Minuano. Curou-lhe as feridas e a perna estropiada, deu-lhe comida e tratamento que, aliás, todos os bichos têm direito de receber dos seus donos. Mais: deu-lhe um nome - Piloto.

E, no repente, criou-se uma amizade como entre gente. O cusco não desgruda de João em momento algum. Seja nas desgastantes tropeadas, seja nas horas de folga, fica ele ali, ao pé do seu dono, observador atento de seus movimentos. E na suposta iminência de qualquer perigo ao peão, fica o cusquinho a rosnar, a latir, a enfurecer-se até, numa comovedora gratidão, incompreensível para quem desconhece o que é lealdade.

Credo, tchê!, isto é que é amizade, hein? - disse Tenório, voz entrecortada, apalpando a aba do chapéu , enquanto João Furtuoso e Piloto já alcançavam a porteira para mais uma das lides na Estância.

terça-feira, setembro 15, 2009

Um banho de bactérias

Os chuveiros domésticos oferecem um ambiente propício para a proliferação de micróbios potencialmente patogênicos, que podem ser inalados na forma de partículas suspensas, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Colorado (UC) em Boulder, nos Estados Unidos.
A pesquisa, que será publicada esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), concluiu que cerca de 30% dos chuveiros analisados abrigava níveis consideráveis de Mycobacterium avium, ligada a doenças pulmonares. O patógeno contamina com mais frequência pessoas com sistemas imunológicos comprometidos e, eventualmente, pode infectar também pessoas saudáveis.
De acordo com o autor principal do estudo, Norman Pace, professor do Departamento de Biologia Molecular, Celular e de Desenvolvimento da UC, os cientistas analisaram cerca de 50 chuveiros de nove cidades em sete estados norte-americanos.
Não é surpreendente encontrar patógenos em águas da rede pública, de acordo com Pace, mas os pesquisadores descobriram que algumas das bactérias se aglutinam, formando um “biofilme” viscoso que adere ao interior dos chuveiros, em uma concentração mais de 100 vezes maior que a encontrada na água encanada.
“Quando a pessoa liga o chuveiro e recebe um jato de água, provavelmente está levando também uma carga particularmente elevada de Mycobacterium avium, que pode não ser muito saudável”, disse Pace. O estudo é parte de um esforço maior de sua equipe, cujo objetivo é avaliar a microbiologia dos ambientes internos, com apoio da Fundação Alfred P. Sloan.
“A água que jorra do chuveiro pode distribuir gotículas recheadas de patógenos que ficam suspensos no ar e podem ser facilmente inalados, penetrando nas partes mais profundas dos pulmões”, afirmou Pace.
Os sintomas da doença pulmonar causada pelo M. avium, segundo o estudo, podem incluir cansaço, tosse seca persistente, falta de ar, fraqueza e sensação geral de mal-estar. “Pessoas com o sistema imunológico comprometido, como mulheres grávidas, idosos e aqueles que estão lutando contra outras doenças, são mais propensas a tais sintomas”, disse. De olho na água
“Houve alguns precedentes que indicavam que os chuveiros podiam gerar alguma preocupação, mas até esse estudo, não sabíamos o quanto o problema podia ser relevante”, disse Pace.
Durante as primeiras fases da pesquisa, a equipe testou chuveiros em pequenas cidades, muitas das quais estava usando água de poço e não encanada. “Inicialmente, achamos que os níveis de patógenos detectados nos chuveiros se deviam a isso. Mas, quando começamos a trabalhar os dados de Nova York, vimos uma grande quantidade de M. avium e o estudo foi revigorado”, disse.
Além da técnica de coleta de amostras do chuveiro, a equipe utilizou outro processo: várias duchas foram partidas em pedaços pequenos, que foram revestidos de ouro. Um corante fluorescente foi usado para marcar as superfícies e, com um microscópio eletrônico de varredura, os pesquisadores puderam observar as superfícies em detalhe.
Apesar dos resultados, Pace ressalta que provavelmente não é perigoso utilizar chuveiros para tomar banho, contanto que o sistema imune da pessoa não esteja comprometido de alguma maneira.
Segundo ele, como os chuveiros de plástico apresentam uma carga maior de patógenos, os chuveiros de metal podem ser uma boa alternativa.
“Há lições a serem aprendidas aqui em termos de como controlar a água e lidar com ela. O monitoramento da água é muitas vezes arcaico. Já existem ferramentas para fazê-lo com mais precisão, de forma mais barata que a utilizada hoje em dia”, disse.

O futuro de nossos filhos e netos

"Se não quisermos que nossos filhos [e netos] vivam piores que nós, não restam dúvidas que temos que investir em educação e ciência. Não há alternativa. O caminho não é fácil, nem rápido, nem está garantido o êxito, mas é o único possível para um país como o nosso. Sei que a pesquisa e a educação são caras, mas o que dizer da ignorância e da mediocridade? A ciência e a educação não podem salvar o mundo, mas têm a capacidade de transformação social com a qual as pessoas passam a compartilhar sua vida com colegas e amigos e abrir espaços de reflexão que se estendem à cultura geral e a vida neste nosso planeta."

Eloi S. Garcia, cientista do Instituto Oswaldo Cruz, ex-presidente da Fiocruz e assessor da presidência do Inmetro, no artigo "Ciência e educação: Duas teclas de uma mesma nota"

A arte da felicidade


A felicidade não depende do que acontece ao nosso redor, mas do que acontece dentro de nós...
A felicidade se mede pelo espírito com o qual nós enfrentamos os problemas da vida.

É tão fácil sentir-se deprimido ou desesperado, portanto, a felicidade exige valentia.
A felicidade não consiste em fazer sempre o que desejamos, mas sim, em querer tudo o que fazemos.

A felicidade nasce ao colocarmos nossos corações em nosso trabalho e ao fazê-lo com alegria e entusiasmo.
A felicidade não tem receitas
Cada um a cozinha com o tempero de sua própria meditação.
A felicidade não é uma pousada no caminho,
Mas uma forma de caminhar pela vida.
Os sofrimentos...nos poluem a alma
Enquanto que as alegrias lhe dão brilho.

segunda-feira, setembro 14, 2009

O internetês e as novas conexões da língua

O ki vc acha do internetês?
/Ñ possu fik nm + 1 min com vc sintu mt mô + naum podi sê moru em jaçanãnnnn xi eu perdê essi trem ki sai agora as 11 hr só amanhã di manhã/ * * **
O compositor Adoniran Barbosa, nome artístico do valinhense João Rubinato, jamais poderia imaginar que uma das suas mais conhecidas obras, a música Trem das Onze, clássico do cancioneiro popular brasileiro composto em 1965, um dia seria traduzida para o internetês. Mas foi. A nova linguagem, própria do mundo virtual, ganha proporção à medida que novas levas de pessoas são incluídas no espaço digital. Por conta desse avanço, despontam na web comunidades linguísticas favoráveis e contrárias a essa forma de expressão grafolinguística. “Há um movimento de identificação com esse tipo de linguagem e com o modo como ele é usado no âmbito da informatização, embora também seja possível identificar resistências a ele”, analisa Marisa Ganança Teixeira da Silva, que defendeu recentemente tese de doutorado sobre o tema. O trabalho, orientado pela professora Suzy Lagazzi Rodrigues, foi apresentado no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp. Em seu estudo, Marisa procurou compreender os modos de funcionamento do internetês, da língua portuguesa e da língua brasileira no espaço digital, bem como os gestos de interpretação daí advindos. A preocupação em diferenciar a língua portuguesa da brasileira vem da compreensão da autora, fundamentada na obra da professora Eni Orlandi, também da Unicamp, de que a língua falada e escrita atualmente no país é muito distinta da existente em Portugal, em função dos processos de significação e das mudanças que experimentou ao longo do tempo. “Fundamentei minha pesquisa na teoria da Análise do Discurso, visto que queria considerar não apenas as linguagens em si, mas principalmente seus sentidos”, explica. No entender de Marisa, o internetês é uma linguagem específica do mundo virtual. O emprego do computador e de programas de edição de texto, afirma, contribui para a constituição de sentidos. “A especificidade do instrumento tecnológico induz à utilização de uma linguagem própria, mais informal e, portanto, mais fluida. Nesse tipo de linguagem, a brincadeira é permitida”, considera. Nesse sentido, a autora estabelece uma diferenciação entre os gestos de teclar e digitar. O primeiro, diz ela, remete ao internetês, que é favorecido pelo uso de símbolos e caracteres presentes no teclado, cuja função é criar atalhos para a transmissão da mensagem. O segundo está relacionado à linguagem formal, orientada pelas normas ortográficas e gramaticais. Neste, não há lugar para brincadeiras. “Entretanto, os dois tipos de linguagens atuam no mesmo espaço e estabelecem relações entre si”, atesta **Durante a pesquisa, Marisa investigou 42 comunidades virtuais abrigadas no site de relacionamento Orkut. Destas, sete tratavam sobre a língua portuguesa, quatro defendiam a existência da língua brasileira, uma era contrária a esta língua brasileira, 13 eram favoráveis ao internetês e outras 17 faziam oposição ao uso deste último. “Eu analisei diversos aspectos relacionados a essas comunidades. Considerei desde as suas denominações até as formulações e propostas nelas contidas. Foi interessante notar que a relação entre línguas e linguagens deixa entrever um processo de identificação com a língua nacional. No funcionamento dessas línguas e linguagens no âmbito da internet, os sentidos produzidos carregam os sentidos inscritos na memória discursiva da constituição do Brasil como nação”, reflete. Numa das comunidades que defendem o internetês, Marisa deparou com a proposta de criação de um dicionário português/internetês. Também encontrou sugestões de tradução de poemas e músicas para a nova linguagem, como no caso da canção de Adoniran Barbosa. “Na versão que encontrei na web, é interessante perceber que essa linguagem própria do espaço virtual também traz marcas do chamado português formal, como a observância às regras de acentuação. Ao mesmo tempo, é uma linguagem que brinca com as normas ditas cultas, na medida em que cria palavras não consagradas pelos dicionários”, afirma Marisa. Ainda nessa linha, a autora da tese observa que, ao contrário da visão tradicional, segundo a qual a tradução de um texto requer uma rigorosa prática de interpretação, no internetês são permitidas variadas traduções de um mesmo texto. “Essa diversidade nos leva a concluir que o objetivo não é sanar a completude da linguagem ou tentar entender o texto. Antes, é uma brincadeira com a língua; um gracejo com a sonoridade e com a oralidade da língua”, acrescenta Marisa. Embora não tenha abordado esse aspecto em sua tese, a especialista revela que tende a concordar com aqueles que consideram que o internetês não produzirá uma interferência significativa na língua formal, ainda que esse tipo de linguagem seja utilizado ocasionalmente por estudantes em sala de aula, associado com o português. Marisa reforça que o internetês é propiciado principalmente por conta do uso do computador e dos recursos oferecidos pelo teclado e pelos programas de edição de texto. Sem essas ferramentas, ele perde, por assim dizer, muito da sua constituição. “Além do mais, até que ponto as pessoas vão continuar querendo usar o internetês da forma como o conhecemos hoje? Como essa linguagem oferece muitas possibilidades, é razoável imaginar que os adeptos dela vão desejar inovar, o que os levará a criar outras maneiras de comunicar o que pensam”, infere. De acordo com a pesquisa desenvolvida por Marisa, os smileys podem ser considerados os precursores do internetês, dado que eles se prestam a uma linguagem abreviada e universal. O internetês, de acordo com a pesquisadora, foi criado para a troca de arquivos e bate-papos no meio virtual. “A utilização dos smileys tanto em conversas informais quanto em discussões de grupos me leva a compreender a relação com o surgimento dessa nova forma de linguagem. Também me leva a considerar a relação do internetês não com uma língua específica, mas com qualquer outra língua”, finaliza a autora do trabalho.
Fonte: Jornal da UNICAMP/SP-Brasil
14 a 20.09.09

domingo, setembro 13, 2009

Novo sinal de trânsito em Porto Alegre/RS-Brasil



A verdade a respeito de quem você é
está totalmente acessível a você.
Ela já é sua!
A única coisa que impede
que você veja é você mesmo,
com as idéias que você tem ao olhar
para aquele que busca a verdade.
As idéias têm que ser todas testadas
no fogo da verdade.
Praticar alguma coisa ou olhar
em algum outro lugar significa a negação
de que você tenha aquilo que
você está buscando, e não é verdade!
É exatamente assim que o Buda morre.
Você o mata quando você diz:
'Eu não sou um Buda'.
Você está mentindo,
categoricamente mentindo!

Satyaprem

Satsang é Revelação, para aqueles que cansaram de buscar por respostas e só encontraram mais perguntas ou estados de êxtase passageiros.
Estando diante daquele que "realizou", o encontro é transmitido de maneira misteriosa - eis o significado da palavra Místico: aquele que sabe do mistério e o transmite simplesmente com sua presença.
Diante da luz não há escuridão e torna-se evidente aquilo que é verdade e aquilo que é mentira sobre o que realmente somos.
Um mestre é aquele que compartilha a Verdade, revelando-a única e singular a todos nós.
Apenas esteja presente. Permita-se! E todos os seus questionamentos serão confrontados.
Através das palavras Satyaprem nos guia rumo ao desconhecido: o mundo do silêncio como matriz de todos os sons, pensamentos e emoções, o qual sempre esteve presente, porém, oculto por idéias emprestadas e nunca comprovadas.
Dar-se conta do engano e reconhecer o Mistério é a proposta de Satsang. Isso é estar diante de um iluminado.

quarta-feira, setembro 09, 2009

Há 40 anos o mundo entrava online



Guimarães Rosa

Eu quase nada sei. Mas desconfio de muita coisa....

A vida é etcétra.

A colheita é junto, o capinar é sozinho.


Riobaldo, Grande Sertão: Veredas

terça-feira, setembro 08, 2009

PAC, sim.... mas HUMANO


"Nós precisamos de um grande PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Humano. Acho que esse é o primeiro, mais importante do que qualquer porto ou rodovia. Nós precisamos formar gente, pensadores críticos; nós precisamos educar pessoas que queiram transformar o Brasil, para serem líderes do país que a gente quer construir e não para serem passivos. O nosso sistema educacional educa as pessoas a decorar e responder o que o professor quer ouvir, não educa para desafiarem o paradigma, o dogma, o poder constituído. Nós precisamos de sonhadores, um exército de milhões de crianças que queiram um país diferente, porque do jeito que está, não tem como ir. Precisa de mudanças estruturais fundamentais, mas precisa apostar nos jovens, naqueles que nem nasceram."

Miguel Nicolelis, neurocientista, em entrevista ao site "Nominuto.com"

segunda-feira, setembro 07, 2009

De quem é a culpa?

"Mas os brasileiros reclamam de quê, afinal de contas? Pois são os brasileiros que...

.Falam no celular enquanto dirigem;

.Trafegam pela direita nos acostamentos num congestionamento;

.Param em filas duplas, triplas em frente às escolas;

.Saqueiam cargas de veículos acidentados nas estradas;

.Estacionam nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas onde se lê "Proibido Estacionar";

.Estacionam em vagas exclusivas para deficientes;

.Subornam ou tentam subornar quando são pegos cometendo alguma infração;

.Trocam votos por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura;

.Violam a lei do silêncio;

.Dirigem após o consumo de bebida alcóolica;

.Furam filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas, muitas delas amparadas pela "lei";

.Espalham mesas e churrasqueiras nas calçadas;

.Pegam atestados médicos sem estar doentes, só para faltar ao trabalho;

.Fazem gato de luz, de água, TV a cabo e banda-larga;

.Registram imóveis no cartório num valor abaixo do comprado - um valor muitas vezes irrisório, só para pagar menos impostos;

.Compram recibos para abater os valores na declaração do imposto de renda;

.Mudam a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas;

.Quando viajam a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pedem nota no valor de 20;

.Comercializam objetos doados nas campanhas para auxiliar vítimas de catástrofes;

.Adulteram o velocímetro do carro para vendê-lo como se o veículo fosse pouco rodado;

.Compram produtos piratas com a plena consciência de que são piratas;

.Substituem o catalisador do carro por um que só tem a casca...

.Diminuem a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus sem pagar passagem;

.Emplacam o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA;

.Freqüentam os caça-níqueis e fazem uma fezinha no jogo do bicho;

.Levam das empresas onde trabalham pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis... como se isso não fosse roubo;

.Comercializam os vales transporte e refeição que recebem das empresas onde trabalham;

.Falsificam tudo, tudo mesmo... só não falsificam aquilo que ainda não foi inventado...

.Quando voltam do exterior, nunca falam a verdade quando o policial pergunta o que trazem na bagagem...

.Quando encontram algum objeto perdido, a maioria não devolve. Quem faz, vira notícia nos principais telejornais;

.etc, etc, etc...

No entanto, todos querem que os políticos sejam honestos...

Estes políticos que aí estão não são estrangeiros. Saíram do meio desse mesmo povo. Para que os políticos mudem, é preciso que todos nós mudemos, urgentemente!" - fim do terceiro e- mail.

A julgar por um dado publicado outro dia - uma pesquisa revela que cerca de 75% dos entrevistados já praticou alguma ação anti- ética e quase o mesmo número não hesitaria em participar de alguma maracutaia com dinheiro público, creio que a luta ainda será inglória no fazendão por bastante tempo, antes que ele possa ser chamado de país.

Claudio Lessa - Jornalista

sábado, setembro 05, 2009

DEFICIÊNCIAS, Mario Quintana

Deficiente é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

Louco é quem não procura ser feliz com o que possui.

Cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

Surdo é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

Mudo é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

Paralítico é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

Diabético é quem não consegue ser doce.

Anão é quem não sabe deixar o amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:

Miseráveis são todos que não conseguem falar com Deus.

A amizade é um amor que nunca morre.