Bichos meus

domingo, outubro 25, 2009

Nova lei regulamenta o uso de animais em pesquisas no Brasil

Nova lei regulamenta o uso de animais em pesquisas no Brasil
2009
Por que as cobaias viraram pets

2009
2007

sábado, outubro 24, 2009

Duvide de Tudo



“de omnibus dubitandum est”

quinta-feira, outubro 22, 2009

Ser filho da mãe (hoje)



Diz o filho:


É cansativo ser filho dessas mães de hoje, porque elas não dão moleza. Nós adoramos ficar sossegados sem pensar em nada, mas elas, por estarem sempre cheias de afazeres, não conseguem entender como isso é possível. Aí começam a nos alugar. A vida delas não tem mais espaço, de tanta coisa que fazem, então elas terceirizam a agenda para a equipe mais próxima, nós, os filhos. Acordamos com o famoso bilhete de “nossas” prioridades ao lado da cama. De faxineiros, office-boys, fazedores de supermercado, conselheiros sentimentais à mais dignificante função de técnicos de informática. Elas nos sugam toda energia do dia. Quando vamos para a academia ou faculdade, já estamos exaustos. Mas fazer o quê? O pior é vê-las cansadas no final do dia, às vezes reclamando, mas ainda querendo papo para saber como andam nossas vidas. Sabemos que o repasse de todas essas tarefas não é só pela falta de tempo delas, mas para não deixar que fiquemos acomodados em nossas vidinhas, nos ensinando, assim, a aceitar a conviver com responsabilidades e compromissos. Como se não bastasse a cabeça muito ocupada dessas mães, ainda aumentou a preocupação com a segurança de seus pupilos, vindo daí as frequentes frases, como: “Onde vais?”, “Pegaste o celular?”, “Como voltas?”, e nós aguentamos, controlando a vontade de nos rebelarmos, porque sabemos que essa ansiedade faz parte da profissão “mãe”.

Definitivamente, ser filho da mãe hoje em dia não é mais uma ofensa, mas, sim, um aprendizado mútuo entre pais e filhos.

Diz a mãe:

Ah, os filhos de hoje! Estamos constantemente revalidando nossos valores através dos filhos. Aprendemos a delegar e dividir o que outrora fazíamos por eles e também a diminuir as culpas em não lhes dar tudo “de mão beijada”. Estamos conseguindo colocar limites com mais frequência, e aceitando os limites que eles nos impõem, como até onde podemos nos intrometer na vida deles (essa parte é bonita de dizer, mas difícil de fazer). Nós, mães, multifacetadas, reconhecemos que, para conviver com esse nosso jeitinho exigente e ritmo desenfreado, os filhos, de quem tanto cobramos – para o bem deles, é claro –, acabam amadurecendo mais cedo. É interessante perceber que não é mais pelas ameaças de perderem a mesada, o carro ou deixarem de ir à festa x ou y que eles atendem às nossas solicitações, mas, sim, por serem espectadores das nossas trajetórias de vida e nos admirarem. E veio daí a ideia deste artigo. Quando Pedro e eu conversávamos sobre o fato de que muitas mães não reconheciam essas atitudes de seus filhos como um agradecimento a elas. Portanto, obrigado, filhos, por nos darem a certeza de que nós estamos fazendo a coisa certa. Esse é o melhor presente que uma mãe pode querer no seu dia.

Definitivamente, ser filho da mãe hoje é padecer no paraíso
.





O (in)conformismo do brasileiro

O brasileiro tem um poder de indignação incrível. Todavia, é detentor de um poder de ação praticamente inexistente. Em outras palavras: o brasileiro é omisso!

A omissão do brasileiro se mostra clara na medida em que ele assiste, de forma inerte e passiva, a todas as falcatruas que os políticos fazem com o dinheiro público. Mesmo com a vasta divulgação dessa malversação de verba pública, que se dá através da farra que os parlamentares praticam no exercício de seus mandatos políticos, o povo só demonstra inconformidade e indignação, permanecendo silente e passivo diante de tais acontecimentos.

O problema da omissão do povo brasileiro é que o uso da máquina pública em benefício próprio acaba por fazer nascer nas gerações vindouras uma conveniente sensação de impunidade. A atitude dos políticos brasileiros faz brotar no povo a ideia de que vale a pena usar dinheiro alheio em benefício próprio, posto que não há nenhuma consequência negativa com tal atitude.

Na política, a velha máxima de que “toda ação corresponde a uma reação” não é verdadeira, pois o povo – detentor do direito de voto – não reage diante de situações que exigiriam atitudes positivas. Permanece indiferente esperando que algo mude, sem fazer absolutamente nada a respeito!

A imoralidade se tornou rotina; a moralidade se tornou exceção!

Os políticos brasileiros, diante da omissão de seus eleitores, se tornam verdadeiros atores no cenário nacional. Eles conseguem travestir suas atitudes corruptas em atitudes corretas, valendo-se do poder da palavra para explicar situações inexplicáveis.

No livro Raízes do Brasil, Sérgio Buarque de Holanda definiu o brasileiro como um “homem cordial”. Talvez, se estivesse vivo hoje, o definiria como o “homem sem moral”, posto que a omissão do povo em cobrar moralidade de seus políticos acaba por gerar a interpretação de que o próprio povo não tem moral para cobrar moralidade de ninguém.

Assim, sem ser cobrado, o político brasileiro acaba recebendo carta branca de quem o elegeu, na medida em que corrupto vota em corrupto, pois se identifica com ele. Isso se confirma com a reeleição de caciques da política brasileira, que são reconduzidos aos seus cargos políticos com significativo número de votos.

Sem uma reforma política e uma mudança de mentalidade, a corrupção na política tende a aumentar e, como consequência lógica, também a inconformidade do povo brasileiro.

Guilherme Dettmer Drago*

Advogado, mestre em Ciências Criminais (PUCRS)


A consciência - Paulo SANT’ANA

Zero Hora - 05 de maio de 2009 | N° 15960

  • Se autoestima é a valorização de si próprio, sempre me intrigou o que hão de pensar os canalhas sobre si mesmos.

    Será que o canalha pensa que está certo? Será que ele não vê que é canalha?

    Em outros termos, será que as pessoas têm isenção para olhar para si próprias?

    ***

    Eu digo isso porque não sei se sou uma pessoa boa ou correta. Eu tenho uma dúvida sobre minha conduta. Uma dúvida muito séria: será que eu não tinha o dever ético e social de ajudar mais os outros do que eventualmente eu possa estar fazendo ou já ter feito?

    Será que não estou sendo omisso no meu comportamento social? Eu não teria de ser mais benigno e solidário em determinadas situações por que passei com relação aos outros?

    Será que não me omiti quando tive a oportunidade de levar à frente ações beneficentes a pessoas da minha proximidade ou até mesmo a gente distante de mim, que, no entanto, por pertencerem ao meu círculo familiar ou social, mereciam de mim maior atenção e ajuda?

    ***

    Isso é uma forma de se olhar no espelho. Isso é o que se pode chamar de consciência.

    Será que não tenho contrariado ou molestado o meu senso de responsabilidade?

    Será que, diante dos atributos que a natureza e/ou a minha formação me concederam, eu não tenho sido falho ou omisso com alguns dos meus semelhantes e isso possa tê-los ofendido ou prejudicado gravemente?

    ***

    Será que não é muito benévolo o julgamento que faço dos meus atos? E o que será que pensam de mim as pessoas com quem cruzei ou tenho vínculos sanguíneos?

    Será que por comodidade ou por falta de coragem eu não deixei de atender à integração obrigatória que teria de cumprir com meu meio ou com a minha condição?

    Será que as pessoas não esperavam mais de mim e eu, que tinha condições para atendê-las, não o fiz por entender erradamente que não era meu dever?

    ***

    Será que só fiz o que pude quando o certo era fazer mais do que pudesse, deixando de pensar demais em mim e me dedicando de corpo e alma à tarefa de ajudar e compreender os outros.

    Afinal, quem sou eu, sou justo ou iníquo perante o julgamento alheio ou da minha história?

    E o meu papel? Será que cumpri o meu papel e atendi às expectativas da minha capacidade e das necessidades dos outros.

    Ou, então, será que muitas vezes por covardia deixei de me esforçar para ser atencioso, carinhoso, dadivoso, pródigo com quem necessitava vitalmente da minha mão amiga e acabei abandonando no meio da estrada estas pessoas aflitas?

    ***

    Afinal, será que a desculpa que sempre dei de que a vida é uma batalha e a gente tem de pensar em si próprio para não ter de amargar desventuras patrimoniais no futuro (ou até mesmo no presente), licenciando-se assim para despreocupar-se com os outros, não terá sido exagerada, abandonando à própria sorte pessoas que tinha o dever de amparar, de conduzir, de consolar?

    Será que pertence só a mim esta faculdade de fazer um balanço da minha vida, ou todos se debruçam com essa preocupação para a possibilidade de virem a ser julgados pela posteridade, se é que já não o foram pela contemporaneidade?

    Deve ser a isso que se chama consciência.

    E a consciência dói, ela punge, ela devora, ela queima por dentro como ácido.

    Não bastavam as dificuldades da vida e ainda somos obrigados a saldar contas com a nossa consciência.


quarta-feira, outubro 21, 2009

Frase do dia


''Por favor, diga-me quem você é e o que você quer. E se você pensa que essas são questões simples, tenha em mente que a maioria das pessoas vive suas vidas inteiras sem chegar a uma resposta''

Gary Zukav

terça-feira, outubro 13, 2009

Sim, nós podemos.

Por Carlos Eugênio Giudice Paz, advogado (OAB/RS nº 55.243)
13.09.09


" No segundo após o anúncio de que o Brasil seria o país sede da Olimpíada de 2016 me dei conta que vivo num país muito, muito, muito rico. Demorei 52 anos para perceber que aqueles miseráveis em fila de SUS, morrendo na fila dentro de um hospital, ou em infindáveis listas de espera de um transplante que podem salvar suas vidas ou dar uma sobrevida; que aqueles que não têm condições de comprar remédios caros ou raros que têm de buscar na Justiça ajuda para obtenção desses e que muitas vezes recebem um não, com a explicação de que não temos dinheiro para isso; que aqueles que necessitam de radioterapia, mas que não tem aparelhos para isso; enfim que todos esses que sofrem o nosso dia a dia não tem mais que aceitar, de forma resignada o que até agora lhes foi imposto. Sim, nós podemos salvar essa gente! Sim, nós podemos pagar seus tratamentos, seus transplantes. Sim, nós podemos cumprir os nossos direitos que estão previstos na nossa Constituição que nos garantem saúde, educação e segurança! Temos, ou achamos que podemos ter R$ 25,9 bilhões para ver gringo ganhar medalha. Não nos esqueçamos que a nossa experiência com o Pan nos provou que gastamos 1.589% acima do previsto. Façam as contas em cima do que estamos esperando gastar na Copa! Sim, nós podemos senhores advogados, juízes, desembargadores e ministros responsabilizar a União pelas barbaridades na saúde, na educação e na segurança. Porque quem tem esse dinheiro todo para a Copa não tem direito a se esquivar nos foros, tribunais ou nas cortes supremas das ações de indignados cidadãos e consumidores. Todos aqueles senhores alegres que foram defender no exterior o nosso próspero país são os avalistas de qualquer demanda contra a União. Todos eles eram fiadores da promessa do evento Rio 2016. Não dá mais para se chocar com cenas de crianças sem escolas, várias turmas dentro de uma sala só, sem mesas ou cadeiras, ou mesmo sem água para beber. Ou de hospitais infectos, sem leitos, ou mesmo os novinhos, mas sem profissionais para atender. Ou ainda de gente que morre em assaltos todos os dias. Temos de denunciar e responsabilizar a quem de direito. É hora de ação! Temos dinheiro e muito! Reparem que foi criado um imposto para salvar a saúde, sempre desviado de sua função. Que imposto foi criado para a Copa? Nenhum! Sim, nos podemos exercer nossa cidadania e responsabilizar maus administradores que buscam nos holofotes e flashes iluminar as suas mentes. Na olimpíada do bom senso, da coerência, da responsabilidade, da transparência e da correta administração, devemos dar - por ocasião da proposta do Rio 2016, para nosso governo e seus fiadores - a medalha de papelão!

Fonte: www.espacovital.com.br

segunda-feira, outubro 12, 2009

Gatos não morrem nunca


"Sabemos que gatos não morrem de verdade, eles apenas se reintegram no ronronar da eternidade, gatos jamais morrem de fato: suas almas saem de fininho atrás de alguma alma de rato, gatos não morrem: sua ficticia morte não passa de uma refinada forma de preguiça, gatos não morrem, mais preciso se somem é dizer que foram rasgar sofás no paraíso... e dormirão lá, depois do ônus de sete bem vividas vidas, seus sete merecidos sonos." nossas estrelinhas que nos ensinam tanto aqui na terra precisam voltar para o local iluminado de onde vieram. Fica pra gente a alegria de ter participado da vida delas."

domingo, outubro 11, 2009

Sincero com você mesmo ( Marta Medeiros)

Parece fácil, mas é sofrido ter que ser verdadeiro com a gente mesmo. Vivemos de sonhos, fantasias, percepções, idealizações, e às vezes mascaramos a realidade para permanecer na ilusão. Quem consegue, verdadeiramente, mudar? Sair de uma situação conflitante e encarar um futuro desconhecido, vazio, incógnito? Melhor ficar onde se está, muitos pensam: quem sabe as coisas não mudam? Eu já vivi um momento assim alguns anos atrás, em que eu sabia que era preciso ser verdadeira comigo mesma, mas isso me traria uma série de consequências que eu não poderia prever. Uma música, na época, me servia de trilha sonora, e de tanto escutá-la, acabei tomando coragem para mudar de vida. Ok, uma música sozinha não tem esse poder, eu tinha outras motivações, mas ela ajudou.

A música era True to Myself, do Ziggy Marley.

Se você também estiver precisando de um empurrão, aí vai a letra:

A letra em português diz mais ou menos o seguinte: que o cara se deu conta que a vida avançou e que já não é a mesma coisa, é hora de fazer o que tem vontade e não se enganar, não se pode fazer o outro feliz a menos que se seja feliz, os dias passam e nos fazemos muitas perguntas, só pra descobrir que a verdade nunca muda. Se a gente não enfrenta isso, vai morrendo aos poucos. Podem nos chamar de egoístas, mas só nós podemos viver nossa própria vida, não importa se magoa. Chega de mentiras e jogos, alcançou-se um ponto na vida em que não se tolera mais essas coisas. Não adianta chorar, ele também já chorou sua cota de lágrimas, mas está mudando e está finalmente livre: é preciso ser verdadeiro consigo mesmo. That´it.

Life has come a long way since yesterday (I say) And it´s not the same old thing over again (I say)

Just do what you feel and don´t you fool yourself (I say) Cause I can´t make you happy unless I´am ( I say, I say, I say)

I´ve got to be true to myself Day in, day out, I´ve asked many questions (I say)

Only to find the truth it never changes (I say) If you don´t deal with it

it keeps killing you a little by little (I say) Call me selfish if you will

My life I alone I can live (I say, I say) I´ve got to be true to myself

I don´t care if it hurts I´m tired of lies and all theses games

I´ve reached a point in life Hey, no longer can I be this way

Don´t come crying to me I too have shed my share of tears

I´m moving on Yes I´m grooving on Hey, well I´m finally free I´ve got to be true to myself

A Felicidade exige Valentia - Fernando Pessoa

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas,
não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falencia.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,
incompeensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oasis no
recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da Vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter seguranca para receber uma crítica, mesmo que injusta.


Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...



Às vezes (Fernando Pessoa)


Deus costuma usar a solidão para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo, para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer nos mostrar a importância da vida.

quinta-feira, outubro 08, 2009

Clima oscila humor dos gaúchos

No calendário, a primavera chegou há 15 dias. Na prática, os gaúchos ainda esperam por dias melhores da estação. O excesso de chuva e a escassez de sol nas últimas semanas vêm produzindo alterações no ânimo da população.

O tempo hoje no Rio Grande do Sul será de semblantes carregados, com descargas esparsas de mau humor e desânimo em elevação no decorrer do período.
O prognóstico para esta quarta-feira no Estado seria escrito como acima, caso os boletins meteorólogicos fossem formulados pelo ponto de vista das emoções humanas, e não dos fenômenos atmosféricos.

Para a Ciência, já não restam dúvidas sobre a intimidade entre mau tempo e mau humor. Períodos prolongados de céu fechado e sol bissexto, como o vivido desde agosto pelos gaúchos, significam efeitos como desânimo, sonolência, tristeza, passividade e pensamentos negativos a seu próprio respeito. Em alguns casos mais severos, pode-se chegar a uma depressão e à necessidade de tratamento. É por isso que a cada dia, ao abrir a janela e olhar a chuva caindo de novo lá fora, o gaúcho suspira:

– Não aguento mais.

O baixo-astral generalizado decorre da falta de luz: o relógio biológico humano é acionado pela luminosidade. Quando ela escasseia, como nas últimas semanas, despenca a produção da serotonina, substância responsável pela sensação de bem-estar. Sem ela, a pessoa tende a ficar irritada e triste. A libido decai e a energia some. O isolamento apático dentro de casa vira regra para muitos. O problema, vivido com mais intensidade nas regiões do planeta onde o sol é tímido, tem nome: desordem afetiva sazonal. É esse distúrbio que explica os indíces mais elevados de depressão, suicídio e alcoolismo nas regiões de clima sombrio.

– A maioria das pessoas fica triste, mas não chega a ter depressão. Em setembro, porém, tive um aumento no consultório de pessoas que se sentiam mais angustiadas e ansiosas. Afianço que boa parte delas tinha essa sensação porque não conseguia mais sair de casa, fazer exercício físico e levar o cachorro para passear – afirma Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association (Isma/BR). Um das consequências desse quadro é que as pessoas tendem a buscar uma compensação para a falta de ânimo no gatilho à produção de serotonina contido em doces e carboidratos – o que significa ganho de peso. Em casos mais problemáticos de depressão da chuva, Ana Maria Rossi receita a terapia das luzes: 30 minutos a uma hora sob luz fluorescente intensa, diariamente, para compensar o déficit de sol.

“Precisamos de sol”, diz psicanalista Christian Haag Kristensen, professor do programa de pós-graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), observa que casos do transtorno afetivo sazonal são diagnosticados com cada vez mais frequência no sul do Brasil, a região do país mais carente de sol, e que o distúrbio está relacionado com até 10% da prevalência de depressão. Como antídoto, ele recomenda investir nas relações pessoais para evitar o isolamento, fazer atividade física e aproveitar cada trégua da chuva para se expor ao ar livre:

– A espécie humana não evoluiu dentro de prédios, mas nas savanas da África. Precisamos de sol. No viés da psicanálise, o mal-estar regado pela chuva está relacionado a evidências de que não controlamos as forças da natureza. É a análise de Robson Pereira, membro da Associação Psicanalítica de Porto Alegre. Segundo ele, o ser humano necessita da sensação de controle. Quando tem seus planos e sua rotina espezinhados por fatores climáticos, essa ilusão se torna impossível. Ele sente, ainda que de forma inconsciente, sua condição frágil e vulnerável.

– O importante é que se sentir angustiado nessa situação é normal e faz parte da natureza humana. Não pode ser confundido com doença – alerta Pereira.
Jornal Zero Hora 07.10.2009

terça-feira, outubro 06, 2009

História da Cachaça


Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo. Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse. Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou. - O que fazer agora? A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor. No dia seguinte, encontraram o melado azedo fermentado. Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo. Resultado: o 'azedo' do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente. Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome 'PINGA'. Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de 'ÁGUA-ARDENTE' . Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar. E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.
História contada no Museu do Homem do Nordeste.

sábado, outubro 03, 2009

Eu ouso



"Attempto", do latim, que significa "eu ouso"

“Gentileza na cidade”

O profeta Gentileza

Já estava com meu texto pronto para esta crônica semanal quando li no blog da colega Rosane Tremea (Recortes de Viagem, em zerohora.com) um relato tão bonito e sensível, que pedi sua permissão para reproduzi-lo para os leitores de nossa edição impressa e para quem me acompanha pela internet. Sob o título “Gentileza na cidade”, ela contou como foi o seu sábado em Porto Alegre – e iluminou a semana dos seus leitores. Espero que os meus também façam bom proveito da mensagem:

***

Pode ser o espírito desarmado do sábado de folga e de sol. Ou pode ser simplesmente nossa desatenção diante do que é simples. E bonito. E importante. No sábado de folga e de sol, o Profeta Gentileza parecia ter baixado na cidade.

Sorria a ascensorista da Casa de Cultura Mario Quintana. Sorria a gerente do restaurante que lamentava não haver lugar para quem não havia feito reserva. Sorria a garçonete que sugeria mudar a sobremesa, por que aquela demorava muito, e hoje todos têm pressa.

Sorria a moça detrás do balcão da loja de R$ 1,99, que vendia flores de plástico como se fossem orquídeas raras. E tinha o cabelo bonito, mechado e bem cuidado. E maquiagem leve e de bom gosto. E, por trás do balcão, sentava numa cadeira de rodas, as mãos retorcidas por uma doença que não ousamos perguntar qual era. E a gentileza não diminuiu após nosso olhar de surpresa, não de piedade.

O sábado não parecia prenunciar o domingo de vento e chuva e destruição. O sábado era de sol, de primavera. O sábado era de gentileza em todo lugar. Por que o mundo não é cor-de-rosa, todos sabemos, mas pode ser bem melhor.

Na igreja, no sábado de sol, a gentileza com a curiosidade das passantes que queriam saber o porquê de todas aquelas flores, e frutas, e símbolos, todos diferentes.

Era o Festival das Flores, uma tradição surgida no século 19 nas igrejas anglicanas da Inglaterra e da Escócia, celebrando nas áreas rurais o início da primavera.

Uma tradição seguida hoje nas igrejas anglicanas do mundo todo, incluindo as de Porto Alegre, como na Catedral da Santíssima Trindade, na Rua da Praia. A explicação toda veio com paciência e gentileza. E rendeu, como sempre, fotos.

E pra encerrar este post, escrito simplesmente num dia em que a gentileza estava no ar, e pra começar a semana, um trecho de um poema do profeta Gentileza:

“Esse dia lindo,

essa luz que está em cima de nós, a nossa vida,

ou seja, vem do mundo, é de graça,

é Deus nosso Pai que dá.”

Boa semana.

fonte: Zero Hora 03.09.2009


"Esse dia lindo,
essa luz que está em cima de nós, a nossa vida,
ou seja, vem do mundo, é de graça,
é Deus nosso Pai que dá."

sexta-feira, outubro 02, 2009

Fora de moda


"Hoje eu acho que tudo isso é obsoleto: gravar disco, dar entrevista. É tudo muito antigo. Estou completamente fora de moda. Não a minha música. Eu. O meu sentir, o meu querer."

MARIA BETHÂNIA, cantora que esta semana lança mais um par de discos.

outubro 2009

quinta-feira, outubro 01, 2009

O ouro das meninas do Bom Conselho


Por Denise Fagundes de Fagundes
"Havia as alunas internas, as semi-internas e as externas... muitas estudando juntas desde o primeira série. Escola feminina, sob a orientação de freiras, éramos 168 formandas do curso ginasial do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, nos idos de 1959.
E lá se vão 50 anos! Independentes profissionalmente, aposentadas ou dedicadas à família, algumas já desaparecidas, viúvas ou separadas, não importa. Muitas perdemos de vista ao longo do caminho. Mas um pequeno grupo se reúne a cada mês em local itinerante, com a consciência da própria semelhança e das experiências compartilhadas. É uma forma de saber quem somos, de não nos diluirmos no tempo e nas circunstâncias, mantendo a própria identidade, muito além daquilo que se fez da vida ou do que a vida fez conosco. Um resgate da alegria de outrora, cumplicidade graciosa, benevolência mútua, a alma moça e linda como era - e já não conta mais o corpo e a aparência.
Quem fez o Bom Conselho sabe do que estamos falando... É desse fundo unitário vital e comum que andamos à espreita. Como tinta original que se impõe com o passar do tempo sobre as pinturas sobrepostas, cada vez mais são perceptíveis as antigas meninas...
No dia 22 de outubro, quarta-feira, como antigamente, assistiremos à missa na capela da escola. Depois, seguida de jantar por adesão no restaurante El Fuego do Shopping Moinhos, celebrando a bela experiência de vida e formação de caráter que é nosso precioso legado daqueles tempos."
Colégio Bom Conselho - Porto Alegre/RS - Brasil
1º102009