Bichos meus

quinta-feira, janeiro 03, 2008

A polêmica das corujas em Capão da Canoa/RS- Brasil

31.12.2007
Polêmica no ninho da coruja
Preservação de seis aves cancelou festa de Réveillon em Capão

Ninho das aves virou atração em Capão da Canoa

Há três dias, elas são o assunto em Capão da Canoa. Primeiro, foram protegidas e admiradas pela comunidade local. Ontem, ameaçadas de morte.As duas corujas que cavaram seu ninho em um cômoro de areia próximo à Praça do Farol causam polêmica na praia desde que se tornaram a razão do cancelamento do show de fogos de artifícios no Réveillon. É que o ninho onde crescem os quatro filhotes foi instalado a cerca de oito metros do local onde tradicionalmente é acionado o foguetório de Ano-Novo.Às 23h55min de segunda-feira, a prefeitura de Capão da Canoa anunciou que não poderia apresentar o show pirotécnico em razão da existência do ninho das seis corujas. No momento, a prefeitura calcula que mais de 100 mil pessoas aguardavam pelo espetáculo anunciado. Chamado por moradores e veranistas durante a tarde de segunda-feira, quando era montado o aparato para a festa da virada, o 1º Batalhão Ambiental da BM, com sede em Xangri-lá, chegou à orla por volta das 18h30min e solicitou aos trabalhadores que mudassem os fogos de lugar. Conforme o comandante do batalhão, major Luiz Eduardo Ribeiro Lopes, foram "centenas" de ligações pedindo que se evitasse a perturbação às aves.- Houve resistência do pessoal em mudar o local - relatou Lopes. Diante disso, os brigadianos exigiram a licença ambiental concedida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para a realização do evento, mas esta não foi apresentada. O prefeito de Capão da Canoa, Jairo Marques (PDT), disse que nunca foi exigida da prefeitura licença ambiental para o show de fogos, que acontece "sempre no mesmo lugar" há pelo menos cinco anos. Segundo ele, só era necessária a anuência dos bombeiros (que verificam as condições de segurança da instalação dos fogos de artifício). - Se eles tivessem mudado o local, não teríamos exigido a licença. Temos bom senso de ver se não há danos ao ambiente - ponderou Lopes. Como não foi apresentado o documento da Fepam, a Brigada propôs que um biólogo da prefeitura fizesse um laudo autorizando o show pirotécnico, o que também não foi providenciado. Às 22h, o show foi interditado e, às 23h30min, conforme o major, os brigadianos apreenderam o mecanismo de detonação dos fogos.Pagamento pelo show será definido hojeO prefeito diz ter sido comunicado do problema por servidores da prefeitura e de terautorizado a troca de lugar dos fogos às 21h. Mas não havia mais tempo hábil para desmontar e montar novamente o equipamento. O proprietário da Distribuidora de Fogos Tiro e Cor, Orli Franzoi, justificou que a instalação das cinco toneladas de rojões na tarde de segunda-feira demorou seis horas, capazes de proporcionar o espetáculo de 15 minutos.- Foi uma atuação lamentável da Brigada. Estragaram a expectativa de milhares de pessoas - reclamou Jairo Marques. - No ano que vem, não temos como avisar a todos que estavam aqui, um por um, que a festa vai acontecer de novo. As pessoas deixaram de ir para outras praias onde haveria fogos para ver o show ali - afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes do Litoral Norte, Francelino da Silveira.Às 23h55min, o público foi comunicado de que não haveria fogos e recebeu a notícia com vaias. Muita gente deixou a praia, mas uma multidão seguiu acompanhando o show. A Tiro e Cor, de Nova Trento (SC), foi contratada pela prefeitura por licitação e cobraria R$ 24,7 mil pelo show de fogos. O valor só seria quitado após a execução do serviço, o que será discutido hoje com a empresa. Orli Franzoi afirmou que mandou recolher o produto, e seu reaproveitamento dependerá das condições em que for recebido.


Saiba mais
Coruja-buraqueira
Nome científico: Speotyto cunicularia
Ovos: põe de sete a nove ovos
Incubação: de 28 a 30 dias
Hábitat: vivem no extremo sul da América do Sul
Hábitos alimentares: Pequenos roedores e pequenos insetos
Tamanho: 21 a 27 centímetros
Curiosidade: A coruja-buraqueira tem este nome porque vive em buracos cavados no solo. Embora seja capaz de cavar sua própria cova, geralmente vivem nos buracos abandonados de tatus, cachorros e tocas de animais. Tem uma cabeça redonda, sobrancelhas brancas, olhos amarelos e pernas longas. Diferentemente da maioria das espécies, tem hábitos diurnos. Durante o dia, ela cochila em seu ninho ou toma sol nos galhos de árvores. Tem uma visão cem vezes mais penetrante do que a visão humana e uma ótima audição.
Fonte: www.saudeanimal.com.br
O que dizem especialistas
A família instalada na orla de Capão da Canoa é de corujas-buraqueiras. A bióloga da Fepam Cristine Weissheimer afirma que o ruído da detonação dos fogos de artifício afugentaria os animais do ninho.
- Eles não voltariam ao abrigo, perderiam o rumo e poderiam morrer - explicou.
O litoral é o hábitat natural das corujas, diz o coordenador da Fepam no Litoral Norte, MatosAlem Roxo. É tão normal que estes animais façam ninhos à beira-mar como no campo, pois ali há alimento em abundância, como roedores, lagartixas e pequenos crustáceos, além de outras aves, como o pardal.
O que é a licença ambiental


Documento emitido pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) autorizando a realização de construções, eventos e atividades que possam ter repercussão sobre o ambiente. O 1º Batalhão Ambiental da Brigada tem a prerrogativa de interditar áreas, embargar obras e apreender equipamentos sem autorização prévia de outras autoridades, afirma o comandante do batalhão, major Luiz Eduardo Ribeiro Lopes.
zerohora.com
Para preservar um ninho de corujas, a patrulha ambiental de Capão da Canoa não autorizou a detonação de fogos de artifício na festa de Réveillon.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial