Nada como pôr a culpa no macaco ( e no mato!)
O Brasil é uma guerra sem-fim entre o homem e a natureza, como dizia o sociólogo Gilberto Freyre.
Temos sólida tradição em jogar a culpa no mato.
Nossos justiceiros de macacos tiveram a quem puxar. Matam-se macacos agora mais ou menos como se massacravam gatos em Paris no século 18. Na época, 45% dos franceses morriam antes de completar 10 anos de idade, os sobreviventes cresciam sob padrastos e madrastas, porque os pais dificilmente chegavam aos 40, a fome e os piores empregos passavam de geração à outra sem sair da família.
Por essas e outras, desses pogroms contra os gatos o historiador Robert Darnton arrancou um ensaio antropológico sobre o lado sombrio do Iluminismo. Aqui, não é preciso ir tão longe. Matança de macacos faz todo sentido numa terra que acaba de bater seu próprio recorde de devastação na Amazônia.
(O Estado de SP, 30/1/08 - artigo do jornalista Marcos Sá Corrêa)
Por essas e outras, desses pogroms contra os gatos o historiador Robert Darnton arrancou um ensaio antropológico sobre o lado sombrio do Iluminismo. Aqui, não é preciso ir tão longe. Matança de macacos faz todo sentido numa terra que acaba de bater seu próprio recorde de devastação na Amazônia.
(O Estado de SP, 30/1/08 - artigo do jornalista Marcos Sá Corrêa)
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