Bichos meus

terça-feira, janeiro 15, 2008

Febre Amarela - mentiras e verdades

Para reforçar a informação de que não há risco de epidemia, o ministro da saúde lembrou que o último caso de febre amarela do tipo urbano ocorreu entre nós em 1942.


O ministro informou, por outro lado, que “os postos de saúde estão sendo abastecidos e autoridades sanitárias estão preparadas para atender a quem realmente precisa tomar vacina”.


O problema, aí, é saber até que volume irá tal abastecimento e qual será o número de pessoas capazes de decidir que não precisam de vacina. Há o risco de o receio de contaminação tornar-se “epidêmico”, haja ou não riscos reais de epidemia.


Isso porque, se no passado o risco maior em casos de epidemia se devia à falta de informação da sociedade, nos dias de hoje o risco maior em casos de alarme falso sobre epidemia é a velocidade e a amplitude da informação. No início do século passado houve, na capital federal, a chamada Revolta da Vacina, quando a população carioca se rebelou contra a vacinação obrigatória imposta pelo governo do presidente Rodrigues Alves - forma encontrada pelo biólogo e sanitarista Oswaldo Cruz para combater as doenças (especialmente varíola, febre amarela e peste bubônica) que então se alastravam. A revolta se explica pelo grau de desinformação, tão disseminada na época que até Ruy Barbosa, uma das inteligências mais brilhantes da história da República, a apoiou, pronunciando, da tribuna do Senado, um discurso contra a vacinação compulsória, no qual expôs toda a sua ignorância sobre o estágio de desenvolvimento da medicina preventiva da época.

Hoje, com a revolução da tecnologia, as informações de todo tipo, inclusive as científicas e as que dizem respeito à saúde e à higiene estão ao alcance até dos analfabetos. Mas, até por ter fácil acesso às informações de todos os dias que desmoralizam governos ao exporem a facilidade com que costumam enganar o povo, é perfeitamente compreensível a desconfiança da população, quanto a desmentidos oficiais de problemas. E isso vale tanto para desmentidos de risco de apagões como de risco de epidemias. Resta esperar que a população seja capaz de se convencer da ausência de risco com o conhecimento das notícias sobre o número ínfimo de casos confirmados de febre amarela.

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