Bichos meus

sexta-feira, maio 08, 2009

Qual o jeito ecológico de morrer?

Dentre os rituais pós-morte, a cremação é o modo mais ecológico de retornar ao pó
Feita de maneira correta, a queima dos corpos libera apenas água e gás carbônico em pequenas quantidades, já que os resíduos tóxicos ficam retidos em filtros de ar. Além disso, a cremação dispensa armazenamento de resíduos e não ocupa terrenos. “Uma pessoa com 70 quilos de massa se transforma em 1 ou 2 quilos de cinzas, enquanto sob a terra a decomposição pode durar até dois anos e deixar cerca de 13 quilos de ossos para a posteridade”, afirma o geólogo Leziro Marques.
VERDE ATÉ A MORTE
Como bater as botas de modo ecologicamente correto:
Entrada triunfal - A chegada do corpo ao cemitério é pomposa: os corpos vêm em charretes puxadas por cavalos, evitando a poluição que carros poderiam causar. Para homenagear o ente querido, familiares não trazem coroas – no máximo, uma flor, para não desperdiçar As árvores somos nozes - Esqueça os mausoléus de concreto – para identificar o corpo, há apenas pequenas placas de couro ou madeira sustentável, que se decompõem com o tempo. O que vai sinalizar que debaixo daquele pedaço de chão há alguém descansando em paz são sementes, que, no futuro, se transformarão em uma árvore Lugar ao solo - Prefira solos menos argilosos – nesses, o corpo pode demorar a se desfazer e vira uma espécie de sabão. Além disso, a distância entre o corpo e o lençol freático deve ser de pelo menos 2 metros, segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente. Isso evita que os líquidos da decomposição contaminem as águas Nu de corpo e alma - Vá para o lado de lá pelado, sem silicone e sem ser embalsamado com compostos tóxicos! Se você não abre mão da roupa, use tecidos naturais, como algodão ou linho – os outros demoram ainda mais para se decompor. Já o silicone não é biodegradável, por isso as próteses devem ser retiradas antes do enterro Embrulho para presente - A versão ecológica do paletó de madeira não é de madeira! Ele pode ser feito de materiai biodegradáveis como bambu ou papel machê (massa feita com papel amassado, cola e gesso). E nada de alças ou crucifixos de metal – eles levam até cem anos para se decompor, enquanto o papel leva meses.
A (in)sustentável leveza do ser
Veja as maneiras mais bizarras de marcar sua passagem para o além: A serviço da ciéncia - Que tal deixar o corpo para estudos em faculdades de medicina? No Brasil, o cadaver serve cinco anos à ciência e depois é cremado Dormindo com os peixes - A empresa Eternal Reefs transforma as cinzas da cremação em uma placa que é colocada no fundo do mar e serve de base para corais Morte em alto nivel - Uma prática comum em rituais no Tibete é colocar os corpos mortos no alto de montanhas. Os cadáveres são esquartejados e viram comida para os abutres Brilho eterno - Na Suíça, uma empresa transforma o produto da cremação em diamante. Para fazer a peça, são usados 500 gramas de cinzas e o preço varia de 2 800 a 10 600 euros
Fonte: CONSULTORIA SERVIÇO FUNERÁRIO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO; ANTÔNIO BRANCAGLION JR., EGIPTÓLOGO DO MUSEU NACIONAL DA UFRJ; EDUARDO VALÉRIO, FÍSICO DO LABORATÓRIO DE BAIXAS TEMPERATURAS DA UNICAMP; CLÁUDIO FURUKAWA, FÍSICO DA USP; LEZIRO MARQUES, GEÓLOGO E ENGENHEIRO CIVIL DA UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

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